Melancolia Passageira

Relembrando a primeira mensagem :

Vesti meu casaco roxo, peguei minha máscara de papel e assim sai de casa já era de tarde quase o por do sol, o clima agradável com um o sol não muito quente porém o vento frio indicando que essa noite iria esfriar.
Fiz meu tópico trajeto, desde casa até a lojinha de flores por fim indo ao cemitério visitar minha mãe, coloquei as flores de cerejeira frente a pedra lapidada seu nome no mais alto morro, juntei as mãos e orei por ela, lhe contando o quao só me sentia e que logo iria para o lado dela.
Fiquei o que pareceu uma hora ali com ela, como ainda nao era nem por do sol, desviei meu caminho para meu lugar de paz, entrei no bosque e atravessei os arbustos, me deparei com a plantação de trigo com seus ramos dourados mais alto que Eu, apesar de não enchegar nada pela frente eu sabia exatamente para onde estava indo, é após cinco minutos de caminhada cheguei a pequena estrutura velha porém forte que havia ali.

- ola paz...

Subi os degraus e me apoie com o braço sobre suas estruturas tendo livre visão da vasta plantação de trigo a minha frente que ia tão longe parecendo não ter fim.

- queria... que mamãe tivesse vindo comigo aqui antes...

Minha voz saiu embaçada porém não demonstrava nenhuma expressão ou sentimento, apenas a distância no olhar sem vida.

- estou dormindo desde ontem, acordei faz apenas uma hora.
Me virei ainda ele seu braço ficando de frente para ele enchendo em seu cabelo
- tudo bem, pode dormir um pouco

Me ajeito na cama e com o garoto mexendo no meu cabelo acabo apagando. Meu corpo inda está um pouco frágil, como se eu estivesse resfriado, após dormir um pouco deve aliviar os sintomas.

Fiquei o tempo todo ali deitado com ele vendo seu rosto calmo dormir tranquilamente enquanto eu não parava com o carinho em seus cabelos

Pela a primeira vez em tempos eu pude sonhar com a minha mãe, escutei ela falar de um jeito doce "estou orgulhosa de você" e me abraçar, porém quando fui responder o alarme do celular toca.
Solto um grunhido de protesto enquanto vou pegar o celular para desligar.

Me assustei com o toque me sentei na cama passando a mão por seu rosto
- calma... você pode ficar deitado mais um pouco mais
Lhe dei um selinho me levantando da cama rapidamente sem dar tempo dele me segurar
- você me deixa confuso ou eu estou realmente um pouco doído
Entrei no banheiro trancando a porta

Off: já vou dormir, nos falamos amanhã

Ainda sonolento viro o rosto em direção do Shino e de repente sinto seu lábio no meu, abro os olhos rapidamente e o vejo ir em direção ao banheiro.
*Murmurando* esse garoto ainda me mata...
Continuo a ficar deitado agora com o braço em cima do rosto, passando a língua no meu lábio de leve, sentindo o sabor do beijo de Shino.

Tomei um banho frio deixando a água cair sobre minha cabeça clareando meus pensamentos e fazendo o calor corporal baixar, no banheiro mesmo com a toalha sobre a cabeça vesti a calça preta, e a camisa social aberta, sequei meu cabelo passando os dedos para ajeita-los porém ainda os deixando bagunçados, sai do banheiro e me sentei na cama para calça o all star.

Me levanto de vagar enquanto eu vejo o garoto amarrar seu sapato, assim que terminou de ajeitar seu tênis, puxo o garoto pra cama e fico por cima dele segurando suas mãos, antes que possa resmungar, beijo sua boca com desejo por um tempo e depois me viro pra sair e me arrumar.
-Eu tenho espírito vingativo Sr. Shino.
Pego minhas roupas e vou pro banheiro tomar banho.

M surpreendo com o súbito puxão e antes mesmo que pudesse dizer algo tive sua boca junto a minha em um beijo mais profundo do que um selinho, envergonhado retribuo até ele se levantar da cama e ir pro banheiro da mesma forma que eu fiz, coloquei minhas mão no rosto corando e me sentei na cama.
- eu não devia ter correspondido... que amizade é essa onde os amigos ficam se agarrando assim?
Resmuguei e sai do quarto não querendo ouvir resposta vindo dele e esperei na sala junto com Sophi

*Gritando do banheiro* Eu não falei nada sobre ser amigos.
Termino o banho e me arrumo rapidinho, coloco uma jeans escura e uma blusa polo vermelha, coloco meu tênis preto e vou para a sala com o cabelo molhado enquanto o escovo.
-Ah, Oi Sophi.
Sophia coloca a chave na mesa como quem já chegou e estava com um vestido roxo. Provavelmente foi dormir em casa.
Sophi: era pra vocês conversarem, não aprisionar o garoto.
Ela começou a rir e eu fico mais vermelho que a blusa.

Ri também concordando com Sophi de seguida a abraçando e mostrei língua pra Thalles.
- ela está certíssima, mães sempre tem razão, aprenda.
Me afastei ainda segurando a mão dela e dando por vezes pequenos pulinhos.
- tia Sophi a senhora vai com a gente né? Gosta de agitação?... espero que sim... eu separei um lugar bem na frente para vocês, vai ser no centro de eventos da cidade naquele palco grande.
Eu parecia uma criança anima mas depois de lembrar que iria ser em um lugar grande me assustei e coloquei as mãos na cabeça olhando para baixo assustado
- será que vai muita gente?... eu estou com medo...

Sophi abraça o garoto confirmando sua presença e fica feliz por ele.
Sophi: eu vou sim, não me lembro de ter ido em algum evento assim, mas eu vou.
Eu: pro governo de vocês, eu também vou.
Pego os documentos, chave e celular, vou para a calçada e desligo o alarme do carro enquanto a Sophi vem em minha direção segurando a mão do Shino.
Sophi: pra que o ciúmes? Ele é muito novo pra mim...
Eu: mãe... *Revirando os olhos*

De nos dadas entrei no carro não prestando atenção ao que eles falavam, eu estava mais preocupado com a quantidade de pessoas que iriam aparecer. Com minha mochila nas costas entrei no carro e chegamos no lugar após um pouco de tempo.
- aqui o ingresso de vocês, a fileira e ligar está escrito neles.
Sai do carro rapidamente indo até a professora ainda com a mochila nas costas indo para trás da cortina vermelha e pesada onde todos estavam prontos
Professora: onde você estava? Só falta você, entre na formação.
Me posicionei e as cortinas abriram dando início a apresentação

Pego o ingresso e aceno com a cabeça, vou acompanhado com a Sophi até o lugar que estava no ingresso e fico atento na apresentação que foi anunciada que já iria começar.

A nossa foi a primeira apresentação para dar início as outras escolas, enquanto o apresentador anunciava avistei eles na plateia e um cara alto e loiro adentrar acompanhado de Josh e isso me assustou, não esperava que meu pai viesse ainda mais essa noite que estava fria e a roupa aberta não ajudava. Com o coração batendo rapidamente a música tocou, fechei os olhos e apenas segui os movimentos pelo extinto com medo de olhar para la e errar algum passo.
Por fim a primeira apresentação terminou com sucesso, a próxima escola entrou em formação e nos camarins fomos aplaudidos pela professora e os próprios alunos. Por vezes fiquei espiando pela cortina a grande plateia e nao vi mais meu pai mas Josh permanecia.
- que estranho, onde ele está, ele não iria sem Josh.
Pai: quem está procurando Lu Xuan?

Enquanto olhava o garoto de longe eu prestava atenção em cada passo dele, admirado e por vezes lembrando da noite que estávamos na balada. Sophi me tirou de tranze colocando a mão no meu ombro e começou a conversar.
Sophi: ele é ótimo no que faz, algo me diz que ele se daria bem nos rituais, deixaria aquelas garotas nojentas no chinelo.
- Ah, sim, verdade, ele dança muito bem, mas não vi ele nesse ângulo.
Sophi tosse em forma de deboche e me deixou sem jeito.
-Nada disso, passamos uma noite na boate, só isso, nada além.
Pego o celular e mando mensagem pro garoto "você foi espetacular, parabéns pela apresentação."

Off: affs essa bolha de ar no meu celular atrapalha muito, eu já tinha escrito um textao aí meu celular entrou e me um monte de coisa e perdi tudo.

Me assustei ao ouvir meu nome com a voz do meu pai e me virei lentamente desejando que fosse um engano, mas não era, ele estava bem ali na minha frente com sua pose poderosa e terno, provavelmente havia acabado de sair de uma reunião da empresa.
- não, eu apenas acenei para Josh, o que está fazendo aqui?
Pai: vim te buscar, deve ir para casa e arrumar suas coisas vamos nos mudar amanhã cedo.
- mudar? Amanhã cedo?
P: sim, abrimos uma nova filial na Inglaterra, devo ir pra lá cuidar das coisas amanhã cedo.
- vamos para Inglaterra!? E como fica as coisas aqui? A casa, o hospital, tia Olga, tio Pedro e o pessoal?
P: o hospital está a cuidados do Fujimoto, coloquei a casa a venda e amanhã mandarei todos embora, anda vamos.
Ele segurou meu braço e começou a me puxar para fora com força.
- para... eu não posso ir ainda... tenho mais uma apresentação.
Tentava me segurar em qualquer coisa, tentava tirar sua mão de mim e manter os pés no chão mas ele era mais forte que eu.

Estranhamente Shino não respondeu e subo em direção do camarim e vejo o pai de Shino o segurar pelo o pulso rapidamente tiro uma foto e guardo o celular.
-Senhor Xuan, eu posso denunciar você aqui e agora. Sabia?
Aperto o pulso do rapaz de forma que ele solte o garoto. Nessas alturas, minha recuperação e minha raiva solta uma onda de adrenalina pelo meu corpo, fazendo que a minha força fique sobreumana novamente, com pequeno gesto de segura-lo.
-Eu garanto um bom advogado pro garoto se ele quiser te processar aqui e agora.

Meu pai olhou para Thalles ainda inexpressivo porém claramente zangado
Xuan: não acha que está se metendo demais em assuntos da minha família?
Eles ficaram se olhando e eu sentia o aperto cada vez mais forte em meu pulso.
- pai...
Chamei por sua atenção puxando meu braço tentando me soltar, olhei de Thalles para meu pai e acabei abaixando a cabeça pensando em algo para aliviar a tensão.
- ao menos.... ao menos espere a última apresentação... Josh pode me levar para casa depois.
Ele me encarou com raiva até falar.
Xuan: assim que terminar a apresentação quero você em casa, arrume suas coisas para a viajem ou te deixo num orfanato.
Ele me soltou e também soltou-se do aperto do Thalles saindo do camarim arrumando as mangas do terno e murmurando o quanto eu era um fardo pra ele.

Aperto um conjunto de botão no meu celular, de forma discreta que chama meu segurança particular, que não deve estar tão longe daqui, enquanto ele está a caminho começo a falar.
- Eu não terminei com você, falta de respeito me deixar falando sozinho.
Paro na frente do rapaz e falo nitidamente olhando em seu rosto.
-Lu não vai à lugar algum, ele mora aqui é assim será. Não tenho garantia que você será um bom pai pra ele nesse momento.
Meu segurança chega no exato momento que eu termino a frase e George pergunta o que está acontecendo.
-Caro George, sempre de prontidão, muito obrigado por vir, mas eu peguei esse rapaz no flagra maltratando este jovem. *Mostro a foto no qual está nitidamente o rapaz segurando o braço de Shino e em seguida aponto para seu braço todo vermelho.* Isso certamente vai dar algum problema não vai?
George afirma com a cabeça pronunciando "Sim senhor" enquanto o leva pra longe. É impulso meu, mas não posso deixar que aquele monstro o leve pra longe sem eu poder o proteger.

Meu pai revira os olhar e passa pelo segurança, me aproximei de Thalles segurando seu braço.
- por favor... não insista
Xuan: não tenho tempo para ficar brincando com você Thalles Quiin.
Ele sai sem se importar com a ameaça ou aquele segurança forte a sua frente, puxei Thalles para um canto menos movimentado e o abracei tremendo tentando me acalmar

-Eu não vou deixar você sozinho com ele, mas não mesmo!
George segura o rapaz e eu faço um gesto para o deixar essa coisa ir embora.
-George, arquiva isso pra mim, vou precisar disso mais tarde.
Ele vai embora e me deixa sozinho com o Shino.
-Posso correr atrás das coisas pra você continuar aqui, não vai mudar nada, só que você não vai ver mais a cara do seu pai. Você não pode ficar sozinho com ele.

- Thalles... Eu não posso procesa-lo porque além de ser meu único parente de sangue vivo, ele tem muito dinheiro e ganharia a causa. Por muitas vezes eu já tentei me livrar do meu pai, eu já tentei fugir, mas ele sempre me acha e quando me acha.... me tranca no porão e fico semanas sem sair de lá, apenas com alimentos e os remédios, claro ele nunca deixa eu morrer.
Fomos interrompidos pelos aplausos de fim da apresentação e outra escola entrando, o levei para a sala onde iria me trocar para a última dança e fechei a porta apontando para um sofá onde ele poderia se sentar.
- e então eu comecei a ficar próximo dos empregados da casa, eles me ajudaram se tornaram minha família, ele começou a perceber isso e começou a me ameaçar, "se eu fugisse eles morrem" e aos poucos desisti, não iria deixa-los para trás, mas agora... agora ele vai despedir eles, eu ainda tenho uma chance de me livrar do meu pai, eu ainda tenho um plano mas para isso preciso deixar minha família a salvo ou ele vai caça-los. Por isso não discuta com ele, não o ameace, não o confronta, Ele não vai descontar em você, vai ser em mim....
Comecei a chorar ao dizer que ele provavelmente iria me trancar no porão novamente, ou bater em mim, e eu não poderia fazer nada ou meus amigos iriam morrer

Meu celular ainda estava em modo alerta, então qualquer coisa que acontecesse dentro das próximas 5 horas ficará registrado no sistema e minha localização fica exposta durante esse período para o serviço de segurança privada, isso é mais uma prova para colocar ele em seu devido lugar, eu só preciso confirmar com alguém próximo ao Shino que ele realmente sofre mais tratos para processar esse verme. Sem comentar sobre as coisas que estão acontecendo, eu começo a agir com cautela.
Abraço o garoto antes que sua apresentação comece e beijo sua testa:
-Você vai ficar bem, eu vou cuidar de você, aonde quer que você esteja.

Acenti o abraçando de volta agradecendo pelo carinho.
- eu... eu acho que você deve votar, está perdendo as apresentações e a minha logo vai começar