Fundos da escola

Relembrando a primeira mensagem :


Me sento ao seu lado esperando pelos pedidos e então começando a comer de forma animada. Não importava quanto tempo se passasse, eu sempre iria gostar de hambúrguer. Acabo rindo com a careta de Hide quando come aquilo.

— Não se preocupe, quando voltarmos eu vou te ajudar com seu paladar, e você provavelmente vai continuar odiando nuggets mesmo assim.

Digo rindo em seguida. Tá certo que isso não era a melhor coisa do mundo mesmo que eu particularmente adorasse, mas com certeza a opinião de Hide não mudaria muito.

— Eu também quero aprender a cozinhar para fazer coisas que você provavelmente vai gostar de comer.

Até então ele era o único que cozinhava em casa, sempre me mimando e fazendo coisas que eu gostava, mas queria mudar isso, queria ser eu a fazer algo para ele, e eu me esforçaria para aquilo.

— Eu estou amando tudo, é perfeito.

Respondo feliz, acho que aquilo já estava bem estampado em minha cara desde o primeiro dia.

— Ei, Hide, você acredita em destino? No sentido de duas pessoas nasceram uma para a outra?

Pergunto tranquilamente, dando mais uma mordida no sanduíche enquanto o olhava de vez em quando e bebia um gole do chocolate quente. Talvez uma mistura esquisita, mas estava frio demais para tomar um refrigerante gelado.

Era estranho pensar que eu tinha me apaixonado duas vezes pela mesma pessoa, mas um estranho muito bom. Só dava ainda mais certeza de que eu estava com a pessoa certa para mim.

Retribuo a seu beijo simples e sorrio para depois me aninhar melhor a ele, de forma que eu amava ficar, colado a seu corpo da maneira mais confortável do mundo.

— Foi você quem cuidou de mim quando eu estava nos meus momentos mais frágeis e vulneráveis. Confio em você mais do que qualquer coisa nesse mundo e eu sei que você é o único que sempre vai saber como cuidar de mim.

Não importa quão ruins fossem minhas crises, eu tenho certeza de que Hide sempre vai estar lá para me oferecer apoio e conforto, e então eu ficarei bem.

— Obrigado por ter insistido em mim, eu não sou nada sem você Hide, eu te amo mais do que tudo.

Distribuo alguns beijos por seu ombro e rosto, o olhando nos olhos enquanto dizia que o amava para depois voltar a fechá-los, descascando no calor de seus braços, me sentindo em paz como nunca antes.

Sei que essas coisas eram bem obvias para mim e para ele, mas, não por serem obvias que eram menos importantes de se ouvir para mim, Ren era incrivel e saber que alguém como ele falaria pela eternidade que me amava era perfeito

-Eu também te amo, Ren, muito.

Sorrio fazendo carinho em seu corpo, para observa-lo pegar no sono aos poucos, dormindo logo em seguida ali, de maneira confortável como todos os dias, usando o calor dele para me aquecer enquanto eu o aquecia,de maneira lenta e preguiçosa.

No dia seguinte, como todos os dias, eu acordava bem mais cedo que o bicho preguiça a qual eu criava, mas, diferente do habitual, sabia que estava cansado de ontem e amanha ja teriamos que acordar bem cedo para viajar de volta, então, o deixo aproveitar essa preguiça a qual sabia que gostava, abraçadinho com ele admirando aquele rosto tranquilo que eu sabia a qual tinha culpa, afinal, duvido que Ren fizesse uma expressao tão tranquila antes de de estar comigo, e eu, nem tinha o que falar, nem dormia sem antes o conhecer.

Quando já estava mais tarde, proximo ao meio dia, faço carinho em seu rosto, o admirando gemer de irritação já que eu estava o acordando.

- Ei, não pode passar nosso ultimo dia dormindo, não faça essa cara feia

Sorrio, o beijando de maneira simples para acorda-lo, beijando mais algumas vezes para que ficasse com aquela cara emburrada que sempre fazia pelas manhãs

- Se fizer essa cara feia, eu vou acabar me apaixonando mais ainda, você sabe, né?

Acordar com carinho no rosto era bom, só não era o bom o fato de eu estar sendo acordado, e esse detalhe me faz resmungar e fazer careta, tentando fugir daquilo enquanto continuava com meus olhos fechados. Hoje mais do que nunca eu estava morto de preguiça pelo dia de ontem.

— Então eu acho que vou fazer cara mais feia ainda.

Respondo de forma meio embolada por ainda estar sonolento, ainda com meus olhos fechados, me rastejando para mais perto de Hide, deitando encima dele.

— Mais cinco minutos de cafuné comigo aqui e eu prometo que acordo.

Digo de forma manhosa, deixando alguns beijos em seu pescoço para voltar a ficar quietinho, me aninhando sob ele onde eu mais amava ficar.

Sorrio com mais aquele seu charminho, o abraçando para me conforta-lo e me virando ali, o enchendo de beijos para que não dormisse.

- Eu sempre caio nessas suas historinhas, Senhor Ren, mas hoje, eu já te deixei passar dos cinco minutos, vamos levantar

O abraço ainda mais, beijando seu rosto algumas vezes para que não voltasse a dormir, o ouvindo reclamar embolado mas apenas ignorando, sorrindo porque adorava nossas manhãs.

- Vamos tomar banho logo, vou te levar num lugar legal hoje, precisa estar apresentável.

Logo, o busco no colo me levantando ali, com seu corpo mole agarrado ao meu, o levo até o banheiro para observar por um momento o box do chuveiro, entrando ali e ligando a agua quente sobre nós, ignorando aquela cueca que vestia, sentindo meu cabelo grudar no meu rosto.

- Pode me dar uma ajudinha aqui ?

Sorrio, sem poder vê-lo pelo cabelo grudado nos olhos, mas ainda com ele no colo, sentindo a agua quente sobre nós, segurando-o firme para não cair ali.

— Não!

Resmungo arrastado, fazendo corpo mole quando começa a me beijar e me carregar para longe de cama, instantes depois me agarrando a ele. Minha manha não havia funcionado dessa vez.

Sentir a água quente em meu corpo era relaxante, principalmente por ainda estar no colo de Hide, mas assim que chama minha atenção me afasto um pouco de seu ombro para poder vê-lo, rindo com a cena.

— Problemas com o cabelo longe, amor?

Sorrindo, afasto aqueles fios de seu rosto para poder observá-lo de perto. Hide é tão perfeito e eu sou tão apaixonado por ele.

— Eu já te disse que você é muito lindo? — pergunto amassando um pouco seu rosto em minhas mãos — Se já, eu digo de novo, porque você é realmente muito lindo.

Eu sabia que Hide era inseguro em relação a si mesmo e principalmente em relação a suas cicatrizes, e meu trabalho como seu noivo era deixar bem claro que ele era deslumbrante não importava o que ele via em si mesmo. Eu tenho tanta sorte em tê-lo para mim.

— Me deixa lavar seu cabelo.

Busco pelo shampoo, derramando um pouco em seus cabelos e começando a esfregar de forma carinhosa, me divertindo com a espuma ao mesmo tempo que aproveitava para fazer carinho nele.

- Pelo que parece, eles chegam para todo mundo

Sorrio, com aqueles cabelos irritantes me atrapalhando de vê-lo, escorridos no meu rosto. Quando os tira da frente, sorrio ao ouvi-lo dizer aquilo, adora aqueles elogios bobos que apenas Eli sabia falar para mim, ele sabia como saber que ele me achava bonito me afetava, afinal, ele era a única pessoa que eu queria impressionar por toda a minha vida

- Espero estar aos pés do meu noivo

Como um carinho bobo, aproximo meu nariz ao dele sorrindo, concordando quando fala que quer lavar meus cabelos e o colocando no chão com calma, tirando a cueca já molhada do meu corpo para joga-la ali para fora, baixando a cabeça para que pudesse fazer aquilo de maneira mais confortável já que eu tinha a mesma altura e se eu ficasse um pouco mais baixo facilitaria para ele.

Quando termina, me deixando até mais relaxado, apenas entro dentro da agua sentindo a espuma escorrer até ter a ideia diabólica de sacudir o rosto ali de maneira rapida para molha-lo também, como duas crianças tomando banho, parando quando achava o suficiente e ele pedia para parar, me aproximando dele sorrindo, para abraça-lo.

- É assim que cachorros fazem pra se secar, não é ?

Sorrio ainda mais ao falar aquilo, beijando seus labios de maneira calma e perdendo algum tempinho ali, logo me afastando para buscar o shampoo também

- Eu sempre gosto quando faz em mim, eu quero te fazer bem também, vamos, baixe um pouco a cabeça

Animado, o espero atender aquele pedido fazendo os mesmos movimentos que fazia em mim, circulares e apertando seu couro cabeludo para soltar aqueles cabelos claros já encharcados ali, o enchendo de espuma

- É bom não é ?

Eu amava o fazer carinho daquela forma assim como ele também amava me mimar, e quando termino deixando que ele enxaguasse, sinto as gotas de água voando em mim, me fazendo rir e virar um pouco o rosto.

— Ei! Existe toalha para isso!

Brinco ainda rindo um pouco daquele jeito dele, parando quando me beija e o correspondendo. Momentos como esse me faziam sentir tão tranquilo, tão em paz.

Feliz com a ideia, me abaixo um pouco como ele mesmo tinha feito para que pudesse sentir seus dedos em meu couro cabeludo, sorrindo satisfeito.

— Muito, me dá vontade de voltar a dormir.

Comendo fechando meus olhos por alguns instantes, aproveitando a sensação boa.

- Nem pense nisso, Senhor Ren, nós temos lugares importantes hoje, é nosso ultimo dia, vamos aproveitar.

O atento para não dormir, precisava almoçar e eu precisava que ele continuasse acordado, então, paro de fazer carinho nele quando já tinha espuma o suficiente, o colocando em baixo da agua para poder limpar toda aquela espuma, logo o beijando quando apenas agua caia sobre ele, de maneira simples em baixo do chuveiro, logo o deixando sair dali

- Mais molhado que o normal

Sorrio, para logo terminar aquele banho e irmos se secar, para enfim o pegar pelas perna e o colocar em meu ombro, o jogando na cama todo animado para ir para cima dele, sorrindo bobo para beija-lo um pouco, não me contentando para descer ali em seu pescoço, sentindo seu corpo quente e cheiroso do banho que acabamos de sair, me afastando, já que adorava fazer aquilo apenas para provoca-lo, indo vestir uma calça e a primeira blusa, jogando as luvas em sua direção, as mesmas que eu havia dado a ele.

- Vamos, Ren Fukojhi, nós vamos almoçar em um lugar especial hoje, coloque as luvas que eu te dei, eu quero te ver bem arrumado para hoje.

O provoco um pouco, logo continuando a me arrumar ali já que eu sempre demorava mais

Levo um pequeno susto quando me levanta em seus ombros e dou risada quando me joga na cama, o beijando de volta até que se levantasse e começasse a se arrumar, dizendo para que eu fizesse o mesmo.

— Sim, senhor.

Respondo bem humorado, me levantando e escolhendo alguma roupa que fosse um pouco mais arrumada do que as peças confortáveis e largas que costumava vestir, pegando a calça preta mais justa e uns casacos mais bonitos, também me lembrando, pela primeira vez na viagem, de colocar os brincos e piercings em todos os furos em minha orelha.

Mesmo que meus fios de cabelo ainda continuassem rebeldes e desorganizados por natureza, eu apenas os ajeito o mínimo para não parecer que tinha acordado agora e então estava pronto, como sempre, antes de Hide ainda que eu tivesse me esforçado mais dessa vez.

— Estou apresentável o suficiente ao meu noivo?

Pergunto com um sorriso nos lábios, colocando as luvas e esperando por ele enquanto o admirava.

Sempre gostava de me manter bem apresentável para Ren, então, hoje decido me vestir como eu sabia que ele gostava, calça justa preta, camisa de manga comprida e gola alta, o colar do lado de fora para ser exibido como o presente mais precioso e um sobretudo marrom escuro, além de ter ajeitado os cabelos, os deixando soltos mas bem alinhados, como deveriam estar.

O vejo me perguntar se estava "aceitável" sorrindo ao olhar na sua direção, Ren sempre era o mais bonito para mim, " aceitável " ou não. Sabia que ele mal usava perfume, então, me aproximo com o meu, aplicando um pouco em seu pescoço para depois deixar um beijo em seus lábios, satisfeito em senti-lo com o meu cheiro.

- Sempre o mais bonito de nós dois

Sorrio ao fazer aquele elogio, indo colocar o perfume sobre a cômoda e buscando sua mão para enfim sairmos dali, chamando um carro de aplicativo para chegar ao lugar a qual tinha escolhido para hoje, uma casa.

- Sabe o que nós vamos fazer hoje ?

Pergunto, na porta dela logo abrindo o local que assim como a nossa casa tinha uma estrutura aberta, mas mais moderna e menos mobiliada com quadros e flores, em tons claros e escuros. Na cozinha, era possível avistar uma sacola de compras bem cheia em cima da bancada, o que só indicava uma coisa. Comida.

- Pode tirar seu casaco, eu vou ligar o aquecedor

Assim que aviso, tiro o meu próprio para que pudesse me mover melhor, ligando o aquecedor e me aproximando dele novamente, para busca-lo e darmos as mãos, indo até a cozinha e ficando próximo a sacola de compras.

- Disse que queria cozinhar e comer a minha comida, então eu resolvi unir tudo isso hoje, fique a vontade, a casa é nossa até amanha pela manha, mas nós teremos algo para fazer a noite então vamos voltar para a cabana de qualquer jeito.

Sorrio, me aproximando para deixar um beijo simples em seus lábios, sorrindo bobo para ele

- A sacola de compras foi feita pelo dono da casa, espero que ele tenha achado as marcas que eu pedi, eu deixei bem claro o que queria ...

Era bem claro o porque Ren gostava da minha comida, eu sempre fazia as coisas da melhor e maior qualidade possível para ele e não aceitaria nada menos que isso para ele, se o dono não tivesse encontrado tudo, eu o faria ter problemas mais tarde.

Eu não fazia ideia do que faríamos hoje mesmo que estivéssemos já em frente a uma casa, logo, apenas nego com a cabeça e o sigo para dentro, admirando um pouco a beleza daquela casa s retirando o casaco pesado.

Quando revela os planos para hoje, abro um sorriso de entusiamo. Hide realmente sempre pensava em tudo e eu amava as dispersas que ele preparava.

— Vai ser perfeito!

Exclamo animado, o beijando de volta antes de me afastar s ir em direção a sacola, mexendo um pouco ali.

— O que faremos?

Pergunto me virando a ele mais uma vez.

— Pelo menos cortar alguma coisa eu devo saber fazer.

Talvez se eu ficasse longe do fogo ficaria tudo bem, e por hoje, eu ficaria feliz em apenas ajudá-lo com algo fácil, queria que fosse algo divertido cozinhar com ele.

Sorrio ao vê-lo animado, colocando um avental que estava por ali na cintura, o amarrando atrás e prendendo meu cabelo de maneira alta para me aproximar dele novamente, já que iriamos cozinhar deveria manter isso tudo preso, o abraçando pelas suas costas enquanto xeretava as coisas

- Eu pensei em lasanha, eu faço a massa enquanto você corta os tomates pro molho, pode ser, senhor Ren ?

Me aproximo ali, lhe deixando um beijo na bochecha e logo vendo a marca de tudo que estava na sacola enquanto ele tirava as coisas ali de dentro, aparentemente tudo estava certo, até que vejo Ren tirar uma garrafa de vinho dali, o que me fez se assustar um pouco, sabia que ele tinha repulsa de álcool e eu nunca o culparia por aquilo, ele tinha seus motivos e eu nem ficava bêbado com qualquer álcool, o dono da casa quis fazer um agrado comprando aquilo, provavelmente, aquele imbecil.

Tiro aquilo de sua mão, assustado, como se tivesse pegado algo proibido, deixando na bancada

- Eu não pedi isso, sabe que eu não te faria beber, você nem consegue ficar bêbado tendo o meu sangue

Falava um pouco confuso por aquilo, não queria que ele pensasse que tinha feito de proposito, como eu falei, eu sabia o porque Ren não bebia e não faria isso de proposito para ele.

- Sinto muito te fazer ver isso, sei que é o que mais odeia

Bebida para Ren lembrava seu pai, os abusos e tudo mais, eu sabia o quanto aquilo o deixava mal e o carinho que eu faria em sua barriga era para provar o quanto eu sabia daquilo.

Concordo com a cabeça quando sugere aquilo, sorrindo animado e feliz com seu abraço, começando a retirar os produtos de dentro daquela sacola.

Me assusto com o próprio susto de Hide e com a forma que retira aquilo da minha mão. Me sobressaltando de leve e então seguindo meu olhar até a garrafa de vinho. Entendi o porque daquela reação dele quando minha mente automaticamente vaga para a agressões, mas logo afasto aquele pensamento.

Me viro em seus braços ficando de frente a ele, acariciando seus cabelos.

— Ei, fica tranquilo, eu não pensaria que a ideia foi sua.

Digo com um sorriso compreensivo nos lábios, lhe mostrando que estava tudo bem. Eu sabia que Hide jamais faria algo para me fazer sofrer.

— É claro que eu nunca vou conseguir esquecer todos os abusos, mesmo porque, eles duraram quase todos os meus vinte anos.

Meus olhos caem sob a garrafa de novo. Eu ainda podia sentir a dor dos pedaços de garrafa em minha pele, mas, mais uma vez tento ignorar aquilo, olhando para os olhos de Hide.

— Mas não importa mais, essa história morreu com ele, tudo o que importa agora é que eu estou em frente ao homem que eu amo, substituindo todas as minhas memórias mais perturbadores pelas mais maravilhosas possíveis com meu futuro marido.

Deixo um beijo simples em seus lábios depois de dizer aquilo. Aquele vinho significava muita coisa, mas eu poderia mudar minha visão sobre ele. Enterrar aquele passado.

Ficava feliz em ouvir aquilo, sentindo seus carinho para me tranquilizar mesmo que ele era quem precisava ser tranquilizado aqui, os traumas eram dele, não meus.

Por costume, seguro sua mão a trazendo para meus labios para que a beijasse com calma, sentindo seu cheiro e respirando de maneira tranquila sobre ela, a fazendo certo carinho.

- Marido, esposo, por toda a eternidade

Sorrio ao reafirmar aquilo, pegando aquela garrafa e deixando longe, na pia, para que não o incomodasse, logo voltando para ele para deixar um beijo simples em seus labios, sorrindo proximo a eles.

- Você é incrível, eu tenho sorte de ter um noivo e esposo assim

Sorrio ainda mais satisfeito, Ren era incrivel e ser tão doce como ele era mesmo tendo aquele passado era algo que só ele conseguia, Ren era especial e era só meu.

- Vem, vamos cortar os tomates, ou seu almoço vai virar uma janta

O chamo, me afastando e sorrindo de maneira boba, buscando uma tábua de corte e a faca para legumes da gaveta, o deixando livre para fazer aquilo.

- Não esqueça de tirar a casca, e as sementes

Falava de forma atenta para que ouvisse bem já que estava um pouco afastado preparando a massa na bancada, uma lasanha de bolonhesa com certeza seria um bom prato para ele, afinal, ainda era comida italiana, mas diferente do macarrão que comeu ontem.

Percebo que estava tudo quieto demais, logo, olho para a direção em que estava, procurando algo de errado

- Tudo certo, amor ?

Sorrio e lhe dou um último beijo para então concordar com a cabeça, me afastando e seguindo até a pia para poder lavar os tomates e depois os colocar na tábua.

Eu não tinha quase nenhuma habilidade com aquilo, e estava me esforçando para fazer direitinho, pelo menos por um tempo até que por curiosidade eu olho para trás vendo Hide ali de costas, concentrado no que ele fazia.

Hide ficava tão lindo assim, e quando percebo já tinha perdido tempo admirando seu corpo e ele se virou em minha direção.

— O que?

Sinto uma dor em meu dedo e então olho rápido para baixo vendo que tinha cortado o meu dedo. Largo a faca, mesmo sabendo que aquilo cicatrizaria rápido por causa do sangue de Hide, então começo a rir.

— Acho que me distrai com a vista.

Sabia que aquilo iria acontecer cedo ou tarde, Ren talvez devesse começar longe de facas e de qualquer coisa que pudesse machuca-lo, ele era um desastre na cozinha pior do que eu achava

- Céus, Ren

Sorrio um pouco com o que disse, me aproximando dele com um pano de prato para enxugar aquilo, ele logo iria cicatrizar sozinho, mas, eu ainda tinha que ver aquilo, afinal, ele ainda era meu noivo e mimado, eu não podia deixa-lo sozinho

- Porque se distraiu com a vista, se pra você não é só vista, amor ?

Enxugo aquilo para tirar o sangue que logo parava de escorrer dali, sorrindo e deixando um beijo simples na sua testa, com carinho, não era legal ficar se cortando, ele ainda sentia dor mesmo que não morresse se meu sangue estivesse dentro dele, então, precisava de carinho.

- Acho melhor você ficar só do meu lado enquanto eu faço isso, podemos montar a lasanha juntos, sem facas ou fogo, o que acha ?

Sorrio com as mãos em sua cintura, de maneira próxima ao seu corpo observando seu rosto ali de perto.

- Talvez demore um pouco para terminar tudo, pode ir explorar a casa ou só ficar aqui comigo, você decide

Faço beicinho como drama aquele corte, sorrindo com seu beijo em minha testa como uma criancinha que estava recebendo agrado e carinho depois de ralar o joelho.

— É crime agora admirar meu noivo gostoso?

Digo com um sorriso nos lábios, rindo um pouco antes de concordar em apenas ficar ao seu lado, lhe roubando um último beijo para então me apoiar na bancada o observando.

— Pra que eu vou explorar a casa se tem algo muito melhor pra ver aqui?

Dou um tapinha eu sua bunda e então me apoio na bancada, apoiando meu queixo em minhas mãos.

Dou risada de seu comentário dando um pulinho quando o sinto bater na minha bunda, já estava começando a se tornar um costume dele

Sorrio, me aproximando dali e segurando seus pulsos, os trazendo para cima junto a ele que estava curvado ali, para colocar em minha nuca e tomar seus lábios de maneira intensa, segurando suas coxas para que entrelaçasse as pernas em minha cintura como sempre fazia, o segurando no colo e o beijando até deixa-lo sentado na banca, colocando minha mão por baixo de sua camisa, para arranhar de leve suas costas.

- Você não precisa só ver, pode tocar também, sabe muito bem disso

O provoco, deixando de beija-lo por um momento para recomeçar aquilo até que ambos os lábios estivessem vermelhos de tantas mordidas e provocações, enfim, me afastando para que recuperássemos o ar, ainda com a minha mão em sua cintura

- Mas vai precisar esperar dessa vez, precisa comer antes, e depois, eu como você

Sorrio piscando um dos olhos, o provocando para deixar um selinho de despedida em seus labios, logo me afastando ali para voltar a massa que faria para ele.

Subo em seu colo, o prendendo entre minhas pernas mesmo quando me coloca sentado no balcão, correspondendo aquele beijo até que perdêssemos um pouco do fôlego.

Claro que eu sabia que poderia me aproximar e trocá-lo a qualquer momento, mas também sabia que não precisava de muito para que nós perdêssemos o autocontrole, afinal, ambos eram viciados no corpo um do outro e em quão bom nós éramos transando.

— Cada um com sua refeição favorita.

Respondo rindo um pouco e então descendo do balcão, ficando ao seu lado como eu estava antes.

— Amor, qual foi a primeira impressão que você teve de mim quando me viu pela primeira vez?

Pergunto curioso, me debruçando ali mais uma vez. Eu não podia me lembrar de quando nos conhecemos e não conseguiria lhe responder a mesma pergunta, mas gostava quando ele me contava as coisas do início do nosso relacionamento.

Sorrio quando diz aquilo, talvez fosse verdade, Ren é e sempre foi a minha refeição favorita depois que nos conhecemos.

Continuo fazendo a massa com ele ao meu lado, logo a abrindo e a deixando separada enquanto ia continuar a cortar os tomates para fazer o molho, de maneira tranquila e sem erros como o dele, enfim, ouvindo sua pergunta e pensando um pouco, sorrindo ao tentar se lembrar, eu tinha uma boa memoria, mas nos fizemos muita coisa em um ano.

- Bem, eu te achei imprudente, amor

Sorrio para ele, lembrando de toda a situação como se fosse hoje, enfiando na sua boca uma parte do tomate para que beliscasse enquanto continuava fazendo aquilo

- Você tentou invocar um seguidor da peste em plena universidade, atrás dos jardins e céus, amor, você não tinha sequer noção de como ele poderia feder, até para meus padrões

Paro por um momento para recolher tudo aquilo, jogando na panela para fazer o molho, mexendo por um momento e colocando alguns temperos, para lavar as mãos e seca-las, enfim cruzando os braços e me apoiando na bancada, para conversar com ele.

- E eu também te achei bonito na primeira vez que vi seu rosto, eu não me importaria de transar com você, e bem, foi o que fizemos um pouco mais tarde

Sorrio em tom de brincadeira, me aproximando dele e buscando suas mãos, fazendo carinho nelas e o trazendo para mais perto, deixando um beijo simples em seus lábios.

- Você quase tacou fogo nos fundos da universidade com aquelas velas de loja de produtos esotéricos, mas eu já sabia pelo seu cheiro que não era só uma pessoa comum, depois, eu lembro de ter me sentido ameaçado por você ter o meu ritual de invocação em mãos, então eu te "ofereci" o acordo

Falo a parte do " oferecer " com ressalvas, já que eu tinha sido bem insistente nesse momento, mas não queria que ele se lembrasse das partes ruins

Aceitando aquele pedaço de tomate, o mastigo enquanto escutava sua reposta. Eu gostava de ficar perto de Hide enquanto ele cozinhava também porque ele adorava ficar me mimando e me deixando provar e beliscar as coisas, e sem perceber eu já não tinha mais aquele asco em comer como antes e sempre aceitava tudo de bom grado.

— Parece o tipo de coisa idiota que eu faria no passado.

Dou risada com aquilo, pensando um pouco em como eu costumava ser, como um gato vadio se esgueirando pela janela de casa, saindo pela madrugada, pulando muros e fazendo as coisas mais imprudentes que eu conseguia pensar. Eu era alguém problemático e sabia bem disso.

— Você sabe, talvez eu seja um pouco, mas só um pouco impulsivo.

Me viro em sua direção apoiando minhas mãos em seu peito e me erguendo um pouco para lhe retribuir aquele beijo simples, sorrindo de leve com o que falava e em seguida sorrindo um pouco mais amplo e me afastando de novo, estreitando os olhos em sua direção.

— Mas ei! Quer dizer que já estava de olho no garoto inconsequente?

Me afasto um pouco de forma brincalhona como se estivesse fugindo dele apenas para provocar.

Sorrio quando falava " um pouco " eu e ele sabíamos como esse " um pouco " podia ser muito, mas, eu gostava nisso dele tambem, ele, no final, era meu gatinho vadio e inconsequente.

Ouço ele me provocar se esgueirando como se quisesse fugir, o que apenas me faz rir ainda mais, o abraçando mais forte para que não fugisse

- E se eu estivesse ? Vou ser preso por te achar bonito desde o inicio ? Nós estamos noivos agora, não faz diferença, seu inconsequênte

Sorrio ainda mais, o apertando até que parecesse de se debater, para que pudesse beija-lo, me distanciando um pouco para falar

- Você não pareceu ofendido rebolando no meu colo naquela madrugada

O provoco, deslizando minha mão pelo seu corpo até chegar a sua bunda, a apertando de maneira forte apenas porque podia, logo o soltando

- O molho já deve estar quase bom, vamos montar logo, ainda vai demorar para assar e nós podemos aproveitar o resto da casa enquanto assa

Por um momento eu apenas continuo tentando me debater e fugir dele em meio ao riso, mas me dando por vencido já que não era de fato aquilo que eu queria, retribuindo ao seu beijo.

— ‘Tá aí uma memória que eu gostaria de me lembrar.

Era estranho pensar em mim no colo de um desconhecido, em público, depois transando com esse desconhecido, mas eu provavelmente estava desesperado demais naquela época, e hoje eu só tinha a agradecer a esse desespero por ter me apresentado ao amor da minha eternidade.

— Está bem.

O espero verificar o molho enquanto me afasto um pouco e me apoio no balcão, quando vejo que estava pronto, me aproximo de fininho colocando meu queixo em seu ombro.

— Amor, posso pelo menos ajudar a montar?

Pergunto fazendo beicinho. Eu já tinha me mostrado um completo desastre na cozinha, mas queria fazer algo com ele além de ficar só olhando.

Sorrio quando pergunta aquilo, desligando o molho para coloca-lo na mesa junto com as massas, o queijo, o presunto e tudo mais necessário para montar uma lasanha, como orégano ou leite, me sentando ali no banquinho da ilha para olha-lo montar

- Vamos lá, começa com uma de molho, mas molhe a massa com leite antes de colocar o queijo, assim não queima

Queria faze-lo participar também e provavelmente seu dedo agora já estava inteiro para aquilo, era incrível como Ren conseguia fazer qualquer poção que botasse na cabeça, mas não conseguisse algo tão simples como uma lasanha

Aparentemente montar não oferecia risco de vida a ele, então, apenas o acompanho ali enquanto parecia prestar atenção para não errar algo tão simples, o que para mim era bonitinho já que eu adorava vê-lo tão concentrado assim, me fazia querer pinta-lo novamente, talvez eu fizesse isso quando voltássemos pra casa.

- Eu sinto falta de casa já, acho que me tornei dependente de um lar por sua conta

Sorrio um pouco triste, queria voltar agora mesmo, mas, ainda tínhamos um ultimo passeio para hoje, além disso, então, só mais um dia não me mataria.

Assim que termina e eu recebo seu ok, pego a travessa a colocando no forno, indo lavar as mãos assim como ele para logo tirar aquele avental, agora livre da cozinha já que o forno faria seu trabalho, me aproximando dele para abraça-lo de volta pela cintura, para me apoiar no balcão e o deixar pela frente, o observando dali

- Então, futuro senhor Fukojhi, nós temos alguns bons minutos sem nada para fazer, eu tenho o homem mais bonito na minha frente e eu nem posso tirar uma casquinha dele ainda, já que eu queria que ele continuasse arrumadinho como esta agora até a noite.

Sorrio, tirando os cabelos de seu rosto para vê-lo melhor, até mesmo os brincos estavam em sua orelha hoje, o que simbolizava que ele estava ainda mais arrumado que o normal

- Quais são suas sugestões, amor ?

Feliz quando me deixa fazer aquilo, sigo para a mesa, seguindo ao que ele me instruía a fazer e me esforçando para me concentrar e montar direito aquela lasanha. Queria fazer certo, eu com certeza ficaria triste as acabasse com tudo o que ele preparou.

— Também sinto falta, acho que é isso que é ter um lar afinal.

A casa que eu vivia com meu pai nem de longe era um lar para mim, e eu nunca queria ficar lá, muito menos voltar para lá quando saía, mas agora era diferente. Agora eu tinha um lar para voltar com Hide, um lugar nosso a qual eu sentia falta agora.

Com a lasanha no forno, me aproximo dele, passando meus braços por seu pescoço o abraçando e sorrindo a ele enquanto arrumava meu cabelo, fazendo beicinho em drama como diz que tinha que continuar arrumado, mas voltando a sorrir depois.

— Depende, o que tem de interessante nessa casa, ainda não vi nada aqui.