Melancolia Passageira

Relembrando a primeira mensagem :

Vesti meu casaco roxo, peguei minha máscara de papel e assim sai de casa já era de tarde quase o por do sol, o clima agradável com um o sol não muito quente porém o vento frio indicando que essa noite iria esfriar.
Fiz meu tópico trajeto, desde casa até a lojinha de flores por fim indo ao cemitério visitar minha mãe, coloquei as flores de cerejeira frente a pedra lapidada seu nome no mais alto morro, juntei as mãos e orei por ela, lhe contando o quao só me sentia e que logo iria para o lado dela.
Fiquei o que pareceu uma hora ali com ela, como ainda nao era nem por do sol, desviei meu caminho para meu lugar de paz, entrei no bosque e atravessei os arbustos, me deparei com a plantação de trigo com seus ramos dourados mais alto que Eu, apesar de não enchegar nada pela frente eu sabia exatamente para onde estava indo, é após cinco minutos de caminhada cheguei a pequena estrutura velha porém forte que havia ali.

- ola paz...

Subi os degraus e me apoie com o braço sobre suas estruturas tendo livre visão da vasta plantação de trigo a minha frente que ia tão longe parecendo não ter fim.

- queria... que mamãe tivesse vindo comigo aqui antes...

Minha voz saiu embaçada porém não demonstrava nenhuma expressão ou sentimento, apenas a distância no olhar sem vida.

Me levantei também indo me servir pegando um pouco se cada me se dando ali na mesa mesmo enquanto todos vinham se servir

-Sr Pedro, estou quase sequestrando o senhor para fazer as refeições lá em casa... Está muito bom.

Todos na mesa deram risada inclusive eu
- você anda muito engraçadinho ultimamente
Voltei a comer calmamente olhando para ele de canto de olho

-Estou muito tempo fora do trabalho, quando eu voltar a trabalhar irei voltar a ser chato, não se preocupe.

- você nunca foi chato, se fosse chato eu não iria ser seu amigo

Faço uma careta triste e término de comer.
-Tudo bem...
Quero ver como fica a reação dele ao me ver assim.

Todos na mesa ficam em silêncio olhei para eles não entendendo e vejo Thalles triste, me desesperei, fiquei sem sem ar e senti como se uma mão gigante apertada meu coração o esmagando, me levantei da onde estava indo até ele é segurando seu rosto entre minhas mãos trêmulas
- não.... eu não quis dizer isso... me desculpa...

Seguro a mão do garoto e a beijo olhando em seus olhos.
-Tudo bem, faria qualquer coisa para ficar do seu lado, mesmo se pra isso eu precisar me mudar.
Entrelaço nossos dedos e deixo nossas mãos em cima da perna do Shino o olhando com carinho.

Corei com seu ato as meninas estavam conversando entre si novamente, tia Olga olhou para o marido e ele devolveu o olhar, meu coração está acelerado e minha mente em branco pedi licença e fui para o banheiro tentar colocar meus pensamentos em ordem.
Enquanto isso na mesa:
P: hram... então... Thalles...
Olga se levanta e manda as meninas para o quarto delas e ela mesmas começa tirar a mesa enquanto conversa com Thalles
P: você sabe que Shino é um filho para mim, eu até o chamo de filho, e eu me preocupo com ele por isso lhe pergunto... o que você pretende com meu filho?
Pedro estava diferente sério, e sem seu típico sotaque estrangeiro olhando para o rapaz quase como uma aura assassina

-Sr Pedro, eu amo aquele garoto mais que a minha própria vida, não vou deixar nada acontecer com ele, mesmo distante tem pessoas que trabalham pra mim olhando ele. No momento não posso estar junto, mas derramarei meu sangue de novo por ele, se for preciso.
Falo sério e convicto de minhas palavras sobre Shino.

P: já vejo, estarei esperando o pedido oficial
Sai do banheiro com o rosto molhado porque foi inevitável algumas lágrimas não escorrerem mas estava molhado porque joguei água no rosto me sentei de volta no lugar me deparando com a mesa limpa
- ué... Já terminaram de comer?
Tia Olga se sentou novamente colocando um prato de torta na frente de Thalles e de mim
O: sobremesa
E novamente eu voltei a meu mundo paralelo

Como a minha torta um tanto inquieto sobre o que o Pedro disse, e pensando em algum lugar que eu possa fazer o pedido, acabou que eu comi e nem consegui saborear direito a torta.

Terminei de comer e ficamos sentados ali um pouco conversando enquanto esperava a comida baixar
- e vocês o que tem feito depois que viajei ?
P: eu consegui um emprego como cozinheiro em um buffer eles pagam muito bem.
O: eu também estou muito bem, consegui um serviço de meio período no orfanato
- sei qual é amo aquele lugar
O: Sim, e as meninas estão fazendo cursinho e Mirela trabalha meio período como atendente em um mercadinho próximo e Grisela cuida de casa quando todos estão fora
- que bom que vocês estão bem

Presto atenção em toda a conversa calado, e sorrindo discretamente, escondendo a presa. E continuo a pensar no que ele fala, isso vai martelar minha mente durante bom tempo...

Off: nao pense de mais ou voce vai acabar se entolando

Algum tempo se passou e cutuquei o braço do Thalles chamando a atenção dele
- já devemos ir

Me desperto do meu pensamento e aceno com a cabeça.
-Sim vamos, temos que ver sua mãe ainda. Tem que ir antes da floricultura fechar.

Me despedi do tio Pedro e tia Olga já tendo chamado um táxi
- se meu pai perguntar figa que estou hospedado na casa de vocês, mas se ele quiser falar comigo diga que eu sai.
Eles acentiram e o carro buzinou na frente da casa, entrei no mesmo acompanhado por Thalles

Me despeço de todos com um sorriso no rosto, entro no táxi e falo para passar na floricultura perto do cemitério da cidade. No caminho eu fico em silêncio com o rosto na cabeça do garoto e abraçando sua cintura. Espero que ele esteja preparado pra surpresa.

O abracei de volta apenas aproveitando o momento até o taxi parar na floricultura desci do carro pagando o motorista e como de costume comprimentei a vendedora que comentou por eu ter sumido e expliquei estou morando longe agora quanto comprava como sempre um ramo de flor de cerejeira

Chegou a hora... Espero que ele consiga suportar isso...
Vou até o cemitério de mãos dadas para Shino, no túmulo de sua mãe o garoto limpa sua lápide e troca as flores, quando ele começa a rezar, a mãe de Shino aparece, eu a vejo e sorrio enquanto eu continuava com a mão nas costas de Shino. Falo de forma calma para não assustar ele.
-Amor, se levante sem abrir os olhos, respire fundo, preciso te mostrar uma coisa.
Seguro sua mão com carinho e peço de forma suave para que ele abra seus olhos, só então ele consegue ver o formato da sua mãe.
-Você agora pode vê-la, assim como a vejo toda vez que você começa a orar por ela.
Ainda segurando a mão de Shino, beijo sua mão enquanto ele tenta processar a informação.

Achei estranho o porque disso agora mas lentamente fico como ele me pediu ficando de pé e abrindo os olhos e em meio ao ato vi uma luz forte que diminuiu aos poucos ganhando formato de uma silhueta, uma moça jovem morena de cabelos negros e cacheados parecendo um leão de tão volumosos, a mesma estátua da que a minha, ela sorriu, um sorriso que eu iria reconhecer até em outra vida, comecei a chorar sentindo meu corpo fraco sendo sustentado por Thalles enquanto observava Lavínia minha mãe bem na minha frente.
Lavínia: Meu Filho....
Ela passou uma mão por meu rosto jogando meu cabelo para trás da orelha. Eu estava tremendo tentando processar o que estava acontecendo até pensei cogitar ser um programa ou ilusão porém eu senti seu toque em minha bochecha.
Ela abriu os braços e ainda chorando e receoso a abracei passando a chorar ainda mais, eu sentia seu cafuné em minha cabeça como ela fazia quando eu era criança.
Lavínia: meu filho... venha, preciso falar com você.
Ela segurou minha mão E olhou para Thalles chamandonele tambem, se sentando embaixo de uma arvore ela deitou minha cabeça em seu colo continuando com o carinho e so depois que Thalles se sentou ela começou a falar.

Observo rapidamente ao redor, ainda bem que estava vazio, se não daria problema ou nos chamariam de loucos. De pé atrás do garoto, volto a preso atenção no Shino e sua mãe, fico alguns centímetros distante mas ainda sim protegendo suas costas, para que eu pudesse pegá-lo se ele eventualmente caísse.
Acompanho o garoto até a árvore que sua mãe havia falado, espero o garoto se sentar enquanto eu fico de pé ao seu lado, já que eu teria problemas para levantar, como estou com medo que ele passe mal.

Lavínia: filho, você tem que seguir em frente
Olhei para ela ouvindo o que ela me dizia
L: você não precisa se preocupar comigo, não foi culpa sua, eu já estava doente mas você precisa entender isso porque você vindo aqui tem me mantido presa
Me sentei olhando para ela compreendendo calmamente o que ela dizia
L: um lugar melhor me chama sempre, mas eu ainda não podia ir enquanto não pudesse dizer a você
Ela sorriu fazendo carinho no meu rosto novamente e com esse ato lágrimas escorrerem novamente por meu rosto
L: viva, você tem a oportunidade de ser feliz
Ela fez um gesto indicando Thalles de seguida me dando um beijo na testa limpando minhas lágrimas com os dedos e segurando minhas maos ela se levantou me puxando tambem
L: você não precisa vir até aqui para falar comigo, em qualquer lugar que estiver eu vou te ouvir. Era isso que tenho esperado a muito tempo para te dizer, mas agora que vice já sabe eu vou embora. Você promete se cuidar e ser feliz ?
Eu acenti e ela me deu mais um beijo na testa, ela olhou para Thalles sorrindo de lado um sorriso bem parecido com o meu.
L: obrigada por cuidar dele, e eu sei da relação de vices dois, Mas olha aqui, se você mata-lo eu volto para te assombrar...
Ela solta uma gargalhada feliz com o sorriso mais bonito que já vi ela dar em vida e tão rápido como um raio ela sumiu em meio a um clarão de luz.

-Eu irei cuidar dele por você, não se preocupe.
Balancei a cabeça sorrindo, enquanto ela desaparecia,coloco meu braço no ombro do garoto, deixando minha mão espalmada sobre seu peito, com a minha boca encostada na sua cabeça.
Respiro fundo enquanto me lembro de Jade, a resposta da mãe de Shino solucionou todas as coisas que tinha em minha mente em relação à minha mãe também. Espero que ela tenha aceitado a Sophi na minha vida, se não fosse por ela eu estaria sozinho no hospital neste momento...
Volto a minha atenção para o garoto e murmuro de forma calma.
-Está tudo bem com você?

Acenti colocando minha mão sobre a sua me sentindo melhor apesar de ainda ter lágrimas escorrendo por meu rosto, ainda em seus braços me virei o abraçando e lhe dando um selinho
- obrigado...