Melancolia Passageira

Relembrando a primeira mensagem :

Vesti meu casaco roxo, peguei minha máscara de papel e assim sai de casa já era de tarde quase o por do sol, o clima agradável com um o sol não muito quente porém o vento frio indicando que essa noite iria esfriar.
Fiz meu tópico trajeto, desde casa até a lojinha de flores por fim indo ao cemitério visitar minha mãe, coloquei as flores de cerejeira frente a pedra lapidada seu nome no mais alto morro, juntei as mãos e orei por ela, lhe contando o quao só me sentia e que logo iria para o lado dela.
Fiquei o que pareceu uma hora ali com ela, como ainda nao era nem por do sol, desviei meu caminho para meu lugar de paz, entrei no bosque e atravessei os arbustos, me deparei com a plantação de trigo com seus ramos dourados mais alto que Eu, apesar de não enchegar nada pela frente eu sabia exatamente para onde estava indo, é após cinco minutos de caminhada cheguei a pequena estrutura velha porém forte que havia ali.

- ola paz...

Subi os degraus e me apoie com o braço sobre suas estruturas tendo livre visão da vasta plantação de trigo a minha frente que ia tão longe parecendo não ter fim.

- queria... que mamãe tivesse vindo comigo aqui antes...

Minha voz saiu embaçada porém não demonstrava nenhuma expressão ou sentimento, apenas a distância no olhar sem vida.

Uma semana se passou, minha rotina voltou, de casa para o Studio, do Studio aí cemitério e orfanato, em outros dias era hospital ou sala de jogos, até mesmo tentei entrar naquela balada novamente mas o segurança não me deixou entrar, na maior parte do tempo eu estava drogado de comprimidos o que me deixava um pouco lento, em meio a esses dia todos não recebi nenhuma notícia de Thalles e isso me dava vontade de me ocupar ainda mais, para não ter que pensar nele.
Me sentei no chão após mais um ensaio no Studio cansado, só tinha mais dois ensaios antes da apresentação então teria de poupar energia o máximo possível, respirava fundo parar regular a respiração até me levantar para tomar água

Passei alguns dias na minha tribo para voltar a ficar de bem comigo mesmo, e Sophi pode se sentir parte de algo maior, já que ela estava sozinha sem nenhum laço com tribos.
Voltei para casa quinta a noite, deixei Sophi na casa dela e fui para a minha casa. Coloquei o celular para despertar cedinho, uma hora antes da apresentação, preparei minhas roupas e fui dormir.

Como tem acontecido essa semana acordei com Josh me carregando de sua cama para a minha e me cobrindo com minhas cobertas
J: volte a dormir, ainda está muito cedo, vou sair para me alimentar
Nao respondi, apenas voltei a fechar os olhos e dormindo profundamente após receber um beijinho na testa e o barulho da minha janela abrindo e fechando com ele saindo

Acordo com o despertar do celular, já era 8 horas da manhã, tomo um banho bem quente e me arrumo para o evento, espero poder chegar a tempo.
Como umas torradas, coloco meu celular e documento no bolso e vou andando em direção ao estúdio.

Acordei algumas horas depois quando Josh voltou, acordei lentamente me espreguiçando na cama
J: você não tem ensaio agora ?
Acordei em um pulo com o que ele disse e fui correndo para o banheiro, tomei banho e vesti a leggin preta e a blusa do Studio.
J: vamos eu te levo
Desci as escadas com o tênis na mão e entrei no carro calçando eles dentro do carro e não demorando muito para entrar na sala onde a professora já me esperava de braços cruzados.
Professora: atrasado... de novo

Entro no estúdio, já que estava aberto e vejo Shino dançando, presto atenção na coreografia enquanto fico sentado no último banco da fileira.

Segui a coreografia da segunda apresentação com a professora me guiando me orientando e lembrando alguns movimentos, assim que a música acabou parei na pose da mesma forma em que iria parar em frente à plateia e através do espelho vi ele sentado, me mantive inexpressivo até a professora me liberar, só então me aproximei dele.
- hey, veio para aula experimental ?

-A apresentação é hoje, não é?
Olho para o garoto um tanto inquieto em relação das mensagens que ele não respondeu.

Neguei com cabeça
- é sábado....
Acendi com a cabeça pedindo para me seguir
- vamos? Já terminei

-voltei antes da hora então, poderia ter ficado na tribo mais um dia.
Me levantei e segui o garoto, me sentindo um idiota por ter vindo antes do dia da apresentação.

"Que fofo"
Pensei mas achei errado, ele estava se preocupando novamente
- desculpa acho que me com seu psicológico e se preocupou demais

-Não, eu tive tempo pra me recompor, foi bom ter ficado esses dias lá, foi a conta certinho.
Continuei andando com o garoto até chegar na esquina da sua casa.

- que bom, se sente renovado? Recuperou a paciência para suportar esse coelhinho de vidro ?

Ajeitei minha máscara divertido entrando na brincadeira que ele sempre fazia

-Estou pronto para aturar o coelho de vidro que ignora minhas mensagens.
Eu falei lembrando das mensagens que mandei pra ele antes e depois que cheguei de viagem.

- mas... eu não recebi mensagem alguma...
Parei de caminhar ficando a sua frente e olhando para ele

Tiro o meu celular do bolso e mostro as mensagens perguntando se ele estava bem, antes de partir e depois que cheguei, e as mensagens tinha apenas o sinal de enviada e a foto dele havia sumido.
-Achei que você ficou triste por eu sair logo cedo, mas não posso me expor assim, quando estou na forma de lobo é quase certeira as chances de reparar que não sou normal.

- não... eu não fiquei magoado
Peguei meu celular desbloqueado a tela e olhando-o e dez contatos que eu tinha verificando que realmente não havia mensagem alguma
- fiquei esperando suas mensagens mas elas nunca chegaram, não te mandei nenhuma porque imaginei que estivesse ocupado.
Tentei mandar um "oi" para ele e uma mensagem apareceu na tela perguntando se eu queria desbloquear, me assustei pois não lembrava de ter feito isso, mantendo- me inexpressivo desbloqueei e lhe enviei o "oi"
- que estranho...

-Não é estranho, bem conheço quem deve ter feito isso. Mas enfim. Deu algum problema com seu pai em relação aos remédios?
Converso enquanto leio a mensagem e bloqueio o celular.

- não, ele....
Guardei meu celular no bolso mexendo incomodado na máscara
- ele não se importa com nada do que faço... mesmo se eu gastar demais ou me envolver com pessoas ruins, para ele.... sou apenas uma divida que está pagando as prestações

-Não quero parecer oportunista, mas você sabe que a minha casa é a sua casa. Sophi só vai lá quando eu me transformo, ela me ajuda a cuidar das coisas, não vamos ter problemas, ao menos que você queira passar um tempo à três.
Desde o início a relação do pai de Shino me incomodava, e como esse asqueroso do Josh consegue ficar lá dentro. O pai de Shino notoriamente não repara em nada. Um servo que não come e mal sai de casa é uma coisa que qualquer idiota levantaria suspeita.

- está se declarando oficialmente meu babá?
Ri por baixo da máscara porém parando ao ver um carro preto passar por nos e parar na garagem da minha casa

-olha, melhor que um babá assassino em série, é um babá peludo.
Sorri de forma debochada para o garoto.

- o que esta insinuando com isso ?
Da onde eu estava no meu pai descer do carro, ele olhou diretame te para mim e sinalizou para ir para casa e levar Thalles, após isso ele entrou e eu soltei o ar que nem percebi estar prendendo

-Eu sei que tipo de monstro o Josh é.
Paro com a mão no bolso e observo um rapaz descer do carro na casa de Shino, deve ser seu pai, já que conheci todas as pessoas da casa.

- me surpreenderia se você nao soubesse e ele não é um monstro
Voltei a caminhar para minha casa sendo seguido por ele
- meu pai quer falar com você