Luta demoníaca

Relembrando a primeira mensagem :

Eu não entendia do por que de vir para o mundo humano, foi algo que Arîn tramou para mim e isso me incomoda, me sinto fraco aqui, os únicos locais que me deixam forte são em baladas ou na cama com alguém...
Me irrita...
Realmente me irrita...
Tive de largar o inferno para vir para esse mundo sem graça... só menos não teria de fazer meus deveres como um demônio, apenas me divertir.
Me sentei na cama do pequeno dormitorio da escola jogando a mochila na mesma me lembrando do motivo de ter bindo para cá.

"A: você está muito folgado guri... precisa lembrar de como o mundo é cruel... Aoba me deu uma ideia, ele conseguiu uma permissão para você ficar um tempo no mundo humano - ela parou e respirou fundo piscando forte, mas logo voltou a falar - vou te deixar em uma escola humana, você vai ter que viver sozinho assim como era mais novo, reaprender a ser você, kk ainda me lembro daquele garotinho fofo que dava testada até mesmo em mim e que era incrivelmente esperto.... bem, vou te mandar uma certa quantia de dinheiro todo mês, quanto ao resto se vira, se precisar de mais dinheiro trabalhe..."
E assim vim parar aqui, empurrado para dentro de um portal da Aoba com minhas malas. Tudo tinha acontecido tão rápido...

Olhei em volta vendo cada detalhe do quarto, o que não era muito.
Apenas paredes brancas, uma cama, uma janela, a porta do banheiro e a porta de do corredor, uma cômoda com gavetas para a roupa e algumas pratilheiras na parede.
Me levantei e coloquei as cinco malas cheias e pesadas com todas as minhas coisas ao lado da comida, eu estava cansado e nem um pouco a fim de desfazer as malas agora.
Apenas voltei para a cama me sentando na mesma, rapidamente pegando no sono, acordando só de noite quando bateram na minha porta chamando para o jantar.

Descontar a raiva nele?
Era isso que parecia? Que eu apenas estava descontando a raiva nele?
Bom...
No todo não era verdade... Não apenas a raiva, mas a frustração, o rancor, tudo, eu precisei colocar pra fora tudo aquilo e foi a maneira mais fácil que encontrei...
Só... Acho que não havia conseguido fechar tanto assim minha mente para o que aconteceu naquele lugar a poucas horas atrás...

Ele me derrubou no chão e eu não disso absolutamente nada.
Fiquei caído ali, a faca bem ao meu lado, minhas mãos e rosto completamente encharcados de sangue.
Estava com tanta raiva que tremia, rangia os dentes mas também... Eu... Chorava?
Por que estava chorando?
Isso era ridículo...

- Vá para o inferno... - disse, baixo, nervoso como estava. - Vá para oinferno você e todas essas malditas pessoas... - me sentei sobre o chão, cabeça baixa, mãos doendo por segurar a faca com tanta força. - Eu vou encontrar um jeito de acabar com você... Seu desgraçado... Eu vou matar você... - as ameaças saíam de minha boca sem que tivesse controle sobre elas.

Me levantei do chão, cortando as cordas de minhas mãos com a mesma faca usada nele.
Os ferimebtos nos pulsos eram profundos, mas como ele disse, sumiram como deveriam sumir.

Me sentia um... Monstro...
Eu odiava isso, odiava essa merda toda...

- POR QUE VOCÊ SIMPLESMENTE NÃO MORRE!? - avancei mais uma vez, numa última tentativa falha de acertá-lo.

Consegui enfiar a faca em seu peito, no coração, mas ali ela ficou, junto a minhas mãos, porém nada aconteceu...
Nada podia matar ele...

Tossi sangue mais uma vez E limpei a boca como pude o encarando passivo.

- sim, é para lá que pretendo ir... - se um dia conseguir me matar ótimo porque já tentei e não conseguir, no dia em que você consegui concertada irei te pagar pelo favor - meu peito doeu, não pela faca gravada nele mas por uma magoa do passado que eu passei e ele me fez lembrar, minha boca estava amarga pelo sangue e pela lembrança importuna... respirei com dificuldade pela faca enterrada em meu peito mas me mantive de pé, arranquei a faca de meu peito com um grunhido e a joguei no chão longe dele.

Abaddon apareceu com um conjunto de roupas dobradas na mão acompanhado de uma jovem bela.
Uma elfa de pele pálida como gelo, as orelhas ponteagudas os olhos de órbitas enormemente redondas e negras, os cabelos pratiados caiam na altura de sua bunda.
Ela usava uma roupa de luta com um manto vermelho macio cobrindo os ombros e as costas e uma coroa de rei na cabeça.

Ela sorriu para mim e me abraçou mesmo eu estando completamente sujo.
Suas pernas envolveram minha sintura, suas mãos foram para minha nuca e seus lábios tomaram os meus em um beijo voraz.
Puxei seus cabelos pratiados para trás sujando-os de sangue negro separando nossos lábios.

- vamos deixar para depois... - sussurrei contra sua boca e ela assentiu, Abaddon deu um passo a frente me entregando as roupa dobrada.

Sem esperar a soltei e ela caiu de bunda no chão.
Comoveu a retirar minha roupa suja e vestir a que haviam trago para mim, uma roupa que fazia par com a dela
Ela retirou o manto e o colocou sobre mim, o mesmo fez com a coroa onde havia o exato espaço para meus chifres passarem.

- meu rei... - sua voz era como um cantar quando falou ela se curvou a minha frente e Abaddon se ajoelhou.
Quando ela se curvou minha marca que havia em seu ombro direito reluziu ao feiche de luz que entrava por uma fresta da porta.

Não havia o que fazer...
Ele simplesmente não morria... E não iria tirar a marca de meu corpo...
Era assim que iria ser? Era assim que ia acabar pra mim?
Depois de tanto tempo, ser usado por um maldoto demônio?
Nunca fui um homem religioso. Eu era xintoísta.
Isso significava que eu iria pro inferno?

Tantos pensamentos se passaram em minha mente naquele momento.
Me afastei, vendo a faca cair sobre o chão com o barulho do tilintar. Apenas me afastei, olhando para minhas mãos ensanguentadas, trêmulas, calejadas.
Não conseguia acreditar em tudo isso...

- Haah... - me encostei na parede, escorrendo até o chão quando o fiz.

Todo o movimento dentro daquele quarto não me chamou a atenção no entanto.
Vi, que mais dois chegaram, que mais dois estavam no cômodo, mas não me inportei nem incomodei com a presença dos dois.
Apenas...
Estava chocado demais pra isso... Pra prestar atenção em qualquer outra coisa que não fosse o sangue viscoso sobre meus dedos.

Me virei para ele que estava no chão encostado na parede
Me aproximei dele e me abaixei ficando frente a frente.

- eu tinha te feito um favor quando te marquei, te dei a liberdade... com essa força agora, ninguém vai te controlar mais, simplesmente vai acabar com todos que ainda te prende - me levantei ainda o olhando desde cima - agora... se você você acha que é controlado por mim e marcado como animal, não posso fazer nada se a carapuça serviu.

Me voltei para os dois que me esperavam na porta e fui na direção deles.
Assim que me aproximei Jasmim se agarrou em meu braço com um sorriso sínico no rosto

Abaddon abriu um portal negro que atravessamos.
Me deparei de frente para uma porta 5 vezes maior que qualquer um.
A porta de um castelo.
Sorri. Um sorriso psicopata.

- finalmente em casa.

Não fiz questão alguma de respondê-lo.
Sinceramente não existiam mais palavrões para xingá-lo, que eu já não ouvesse usado.
Maldito, filho da puta, desgraçado, nenhuma delas expressava a raiva que sentia por esse garoto. Não raiva. Talvez ódio.
Ódio era a palavra correta.

O encarei com sangue nos olhos, no momento em que se aproximou.
Minhas mãos se apertavam com tamanha força que faziam meus dedos doerem.
Meu olhar era daqueles que atravessavam a pessoa. Daquele que se podia sentir o ódio fluindo.
Mas ele não se importava nem um pouco...

Quando finalmente foi embora, fiquei alguns segundos ali, parado, pensando e me recuperando do que havia acontecido.
Minha cabeça demorava a processar tudo, mas, eu precisava voltar a meu quarto, precisava me acalmar antes de tomar qualquer outra decisão.

Se ele achava que era fácil assim me desprender de tudo e todos que eu conhecia, da minha vida, ele estava muito enganado.
Ali não era jogo de poder. Não podia simplesmente largar tudo por que fiquei mais forte.
Existia muito mais do que isso em jogo, e se eu o fizesse de qualquer forma, mandariam as pessoas corretas atrás de mim e consequentemente atrás dele...

Me levantei enxugando o rosto molhado, juntei os trapos, consegui recuperar apenas minha camisa, fechando cada botão dela.
Minhas calças já eram. Não serviam nem pra pano de chão, então deixei-a ali mesmo.
Tudo o que consegui recuperar fora minha faca e a camisa. Os óculos estavam destruídos, mas de qualquer maneira parecia que eu não precisava mais dele...

Só de sentir as diferenças, tinha nojo... Nojo do que ele fez comigo...
Modificar meu corpo, minha alma...
Não era justo...

- Você vai pagar por isso...

Senti a animação correr por minhas veias.
Adentrei o local e vários demonios se curvavam para mim.
Pelo castelo dodo podia-se ouvir gritos de sofrimento e dor, lamúrias e pedidos de perdão.
Esses gritos me exitavam, logo, logo diria aplicar horas de tortura aos demonios.
Mas primeiro eu tinha algumas coisas a fazer.

Fui para meu quarto onde era o quarto de Amaemon.
Tomei um banho demorado, jasmim esfregou minhas costas e cabelo retirando o sangue seco.
Agora com minhas roupas trocadas por novas me sentei no trono, onde em cima do mesmo estava a cabeça do antigo rei, que eu matei.
Sorri para os demonios a baixo e os condenei.

- VAMOS FESTEJAR HOJE COM A MINHA VOLTA.... PARA A SALA DE TORTURA!!!

Falei e apenas jasmim bateu palmas saltitando no lugar.
Após essa condenação, me levantei e peguei sua mão indo para a saida.

- vamos, tenho que fazer uma visitinha a minha "mae"