Luta demoníaca

Relembrando a primeira mensagem :

Eu não entendia do por que de vir para o mundo humano, foi algo que Arîn tramou para mim e isso me incomoda, me sinto fraco aqui, os únicos locais que me deixam forte são em baladas ou na cama com alguém...
Me irrita...
Realmente me irrita...
Tive de largar o inferno para vir para esse mundo sem graça... só menos não teria de fazer meus deveres como um demônio, apenas me divertir.
Me sentei na cama do pequeno dormitorio da escola jogando a mochila na mesma me lembrando do motivo de ter bindo para cá.

"A: você está muito folgado guri... precisa lembrar de como o mundo é cruel... Aoba me deu uma ideia, ele conseguiu uma permissão para você ficar um tempo no mundo humano - ela parou e respirou fundo piscando forte, mas logo voltou a falar - vou te deixar em uma escola humana, você vai ter que viver sozinho assim como era mais novo, reaprender a ser você, kk ainda me lembro daquele garotinho fofo que dava testada até mesmo em mim e que era incrivelmente esperto.... bem, vou te mandar uma certa quantia de dinheiro todo mês, quanto ao resto se vira, se precisar de mais dinheiro trabalhe..."
E assim vim parar aqui, empurrado para dentro de um portal da Aoba com minhas malas. Tudo tinha acontecido tão rápido...

Olhei em volta vendo cada detalhe do quarto, o que não era muito.
Apenas paredes brancas, uma cama, uma janela, a porta do banheiro e a porta de do corredor, uma cômoda com gavetas para a roupa e algumas pratilheiras na parede.
Me levantei e coloquei as cinco malas cheias e pesadas com todas as minhas coisas ao lado da comida, eu estava cansado e nem um pouco a fim de desfazer as malas agora.
Apenas voltei para a cama me sentando na mesma, rapidamente pegando no sono, acordando só de noite quando bateram na minha porta chamando para o jantar.

Ri com sua resposta.
É, eu não conseguiria nada enquanto ele achasse que eu era assim.

- sabe que não vou esquecer né, nem mesmo você vai - me virei para a porta a abrindo - boa noite "sensei" - falei irônico

Entrei no meu quarto o deixando ali e tranquei a porta.
Fui retirando minha roupa e a jogando no chão antes de ir para o banheiro tomar um banho.

Depois de uma ducha apenas vesti uma box e fui dormir com a janela aberta mesmo.

Não quis me demorar muito mais tempo ali.
Assim que a porta foi fechada, dei meia volta, retornando imediatamente ao meu quarto, onde me tranquei pelo resto da noite.
Ao menos amanhã seria dia de folga, poderia descansar melhor, colocar os assuntos pessoais em dia.

Já com o celular em mãos, liguei para Hari, me sentando na cama, cansado do dia estressante e... Dos encontros desagradáveis.
Era muita coisa para processar em minha cabeça, nem sei como não havia surtado ainda, mas mantive a calma, respirando fundo.
Uma coisa de cada vez...

- S-senpai? - ouvi a voz dagarota do outro lado da linha.

- Hari, informações. - dosse com severidade.

- A-aaah, claro claro erm... Na verdade não tem muito o que dizer...

- Como assim?

- Eles realmente não reportaram nada para o grupo de assuntos sobrenaturais. Parece que ignoraram a coisa toda. E não é só com esse caso, mas em muitos outros lugares, senpai, tanto nosso departamento quanto o deles. Estão deixando muitos serviços de lado ultimamente... - ela me contou tudo o que sabia e sei que ela não mentiria para mim.

Fiquei em silêncio por alguns segundos, pensativo sobre a coisa toda.
A "mãe" vinha negligenciando muito do nosso trabalho.
A situação política não ia nada bem, e pelo jeito tendia somente a cair ainda mais se continuasse assim.
No fim os planos dela estavam dando errado, mas quem era eu pra dizer qualquer coisa?
Seu "filho"? Hah! Boa piada...

- Obrigado pelas informações, Hari. Se eu precisar te ligarei novamente.

- E-espera senpai, quando você volta?! - não dei uma resposta, apenas desliguei o celular e o joguei encima da escrivaninha.

Me deitei na cama, luzes apagadas, apenas a roupa de baixo.
Não podia fechar os olhos agora que tinha tanta coisa na cabeça.
Se eu o fizesse agora teria...
Pesadelos...
Mas o sono era mais forte que eu... O cansaço era tanto...

Dormi a noite toda, não tendo sonhos apenas escuridão.
Acordei tarde no outro dia.
Olhei meu relógio e marcava 14:06 da tarde.
Rolei preguisoço pela cama e me arrastei para o banheiro onde fiz minha higienes.
Troquei de roupa e sai pela escola com uma camisa de manga e calça com minhas chaves.
Hoje eu iria correr, estava muito fora de forma ultimamente.

Fui para fora da escola e guardei as chaves no bolço antes de começar a correr

Como pensei, fora uma noite turbulenta.
Nada de sono tranquilo, apenas pesadelos que pareciam ter começado a me atormentar ainda mais depois de ter matado o velho...
Era só o que me faltava... Ser assombrado por esse desgraçado filho da puta.

Logo pela manhã, por mais que fosse fim de semana e minhas obrigações com a escola fossem nulas, me levantei, disposto a sair um pouco e esfriar a cabeça.
Tomei um longo e demorado banho, vesti uma roupa casual, algo que não estava assim tão acostumado, coloquei os tênis no pé e pronto.
Apenas uma camiseta básica, uma calça jeans e isso foi tudo.
Não me demorei muito no entanto. Queria ficar longe daquele lugar pelo resto do dia, então, agarrei as chaves do carro, tranquei tudo e saí pelos corredores ainda vazios.

O alarme não tocaria hoje, os alunos todos dormiriam até mais tarde então não havia com que se preocupar.

Segui meu caminho para o estacionamento, mas...
O que eu achei que seria um dia tranquilo deixou de ser no momento em que vi os riscos profundos em meu carro...
Parei, encarei as palavras de baixo calão desenhadas na lataria de todo o carro.
Uma raiva tão forte subiu que...

- Mas que merda é essa?... - que eu apertei as mãos com tanta força que chegavam a doer.

"Putinha do diretor"
"Oozaki-prostituta"
"Vadia"
"Viadinho"
"Filho da puta"

- Quem foi o filho da puta que fez isso?... Eu vou mat...

- Vai o que? - me virei imediatamente ao ouvir aquela voz, me deparando com um grupo de garotos.

Eram do terceiro ano, todos bem grandes eu diria, para serem apenas adolescentes.
E pelo visto queriam brigar. Isso era hilário...

- ... -

- Vai o que professor? Vai bater na gente? - eles riram-se, o maior deles se aproximando de mim. - Sabe que se tocar em qualquer aluno, pode ir preso. Ah! Claro, a polícia já deve estar na sua cola seja lá o que tenha feito, então, duas vezes pior. - eles se aproximaram mais e mais, ficando frente a frente comigo. - Sabe professor...

- Pare com esse papinho todo e me diz o que você quer. - disse firmemente, o que o deixou visívelmente nervoso.

- Quem você está achando que é pra me corrar desse jeito no meio do que eu estou falando?! - sua mão veio direto ao encontro de meu rosto, mas eu ragi a tempo.

Desviei-me dele, o agarrei pelo braço e tive que usar toda minha força pra jogá-lo por cima de meu carro.

Todos os outros ficaram observando assustados, nenhum deles movendo um dedo até que o grandão se erguesse do chão e os ordenasse.
Pareciam um bando de cachorros adestrados...
Todos vieram de uma vez pra cima de mim. Consegui derrubar alguns mas eram muitos e fortes também.
Quando resolvi correr, já era tarde demais... Estava cercado, e o grandalhão, chefe daquela ganguezinha de merda, já havia me imobilizado.
Meus dois braços eram segurados pra trás, meu rosto fora acertado uma boa quantia de vezes por socos que chegavam a arrancar sangue.
Onque eles queriam comigo? Eu nem os conhecia direito...

- Como eu ia dizendo, Oozaki-sensei... - todos ofegavam, principalmente ele depois de penar tanto pra me pegar. - Caralho, você é ligeiro mesmo... Hahaha, mas tanto assim... Não esperava que fosse te ver desse jeito, parecia até que sabia o que estava fazendo. Hahaha. Mas falando sério... Nós temos uma surpresinha pra você...

Ótimo...
Eu adorava surpresas...
E
Com certeza era uma muito boa, pra ser trancado nos chuveiros da quadra de baseball...

Já era sábado e agradecia por isso.
Estava passando pelo portão, não iria muito longe.
Gostaria de passear por algum lugar, mas essa escola tinha milímetros longe de qualquer cidade, leva pelo menos metade de um dia para chegar de automóvel.

Caminhando entrei na floresta mais próxima depois de uns 800 metros de distância da escola.
Assim que entrei na floresta comecei a correr.
As árvores a minha vota passavam como borrões, toda minuto tinha que desviar de raízes e buracos.
Virei a direita e continuei a correr até sair da floresta e me deparar com um campo limpo de árvores.
Do outro lado do campo florido próximo as árvores havia um pequeno lago.
Caminhei até o pequeno lago e fazendo concha com a mão peguei um pouco jogando no rosto.
Me sentei com as pernas dentro da água e deitei o corpo para trás observando o céu.

Havia acontecido tantas coisas em apenas essa semana.
Descobriram minha origem em tão pouco tempo, não é como se eu estivesse tentando esconde-la de qualquer forma.
E o Oozaki... ele sofreu bastante no passado, eu apenas tentei ser legal com ele noite passada, mas ele recusou.. também não iria ficar correndo atrás
Afinal porque pensar nisso ?
Eu tenho mais coisa para resolver.
O porque dele ter saído da máfia ou quase e ter vindo se esconder justo em uma escola e como professor ?
Até entendo por se localizar no meio do nada, mas um professor ?
Sem falar no Lux...
Eu nem o conhecia e ele queria alguma coisa.
Sei que quer, ele não me falou por ter sido interrompido por Oozaki, porém o que ele iria aprontar agora ?

Passei bom tempo lá até que decidi voltar para escola antes que escuresesse.
Me levantei a calça grudada na perna por ter a molhado.
Caminhando calmo atravessei a clareira e assim que cheguei na entrada da floresta comecei a correr refazendo os passos para escola.

Cheguei ao portão da escola e já estava no por do sol.
Essa tarde havia sido boa.
Me aqueci e fiquei o tempo todo sozinho o que me deu tempo de pensar e ficar em paz de espírito.

- Ahahaha! Bate mais um pouco! - os garotos riam, dentro daquele maldito quarto escuro, enquanto me espancavam com socos e chutes.

Maravilha.
O que diabos eu havia feito para eles? Nem sequer me lembrava de seus malditos rostos ou nomes! Via milhares de adolescentes o tempo todo, todos os dias, como me lembraria de um grupinho de oito alunos numa escola onde existia mais de quinhentos?
Não importava para eles. Eles queriam que eu me lembrasse.

- AAAAAGH!!!! - não pude evitar de gritar quando recebi o chute certeira nas costelas.

Me revirei no colchonete, mãos amarradas nas grades do aquecedor tão forte que chegavam a cortar meus pulsos.
Não sei a quanto tempo estávamos ali, mas já podia ver o sol bem alto pela janela.
Quanto tempo demoraria para ficarem satisfeitos?...

- Então, Oozaki-sensei. - eles ofegavam, todos parando por um momento para recuperarem o fôlego.

Ouvi meu celular e os óculos sendo pisados, esmagados pelos pés dos garotos.
Como se não bastasse, o chefe deles se aproximou de meu rosto e pisou sobre o mesmo, colocando força e pressionando o tênis sobre minha bochecha.

- Eu até queria dizer que não era um assunto pessoal, mas sabe... É bem pessoal sim. - ele disse com deboche.

- Não vá achando que vai sair disso com as mãos limpas, seu merdinha desgraçado! - gritei, mas o pisão apenas se tornou mais potente.

- Não professor... Você não vai sair de mãos limpas isso eu vou garantir... - sua expressão se fechou, mas não por muito tempo, pois logo um sorriso se fez presente em seu rosto. - A gente sabe que você ta escondendo alguma coisa... Todo mundo aqui sabe que o diretor te tem nas mãos, então... Vamos parar de bancar o durão, sensei, por que você não estã em posição pra fazer isso... - todos riram-se.

Aquele maldito iria me pagar cada mero segundo que eu perdi nesse lugar...
Não sairia barato, que se dane o que a empresa disse sobre manter as aparências até a poeira baixar! Eles não estavam mas nem aí com migo, por que eu deveria me importar?!

- Mas... - ele continou. - Apenas te ameaçar dizendo que vamos ligar pra polícia, não é divertido. Sabe-se lá o que aconteceu. Talvez você possa sair empune disso, mas não se tivermos outra coisa pra usar como chantagem não é?

Outra...
Coisa?...

Ele percebeu meu olhar confuso, então logo sorriu ainda mais.
Alguns dos meninos se afastaram, mas os outros seguraram meus ombros com firmeza sobre o chão.
Meu coração bateu mais rápido no momento em que vi ele jogando todo o conteúdo de sua mochila no chão.

- MAS QUE MERDA É ESSA?! SEU FILHO DA PUTA?!

- Não se assuste professor. Compramos isso especialmente pra você. Já que não é sempre que você pode ir visitar aquela sua mulher gostosa, e provávelmente o pau do diretor é pequeno demais, a gente comprou esses brinquedinhos pra você. - ele pegou um pinto de borracha, mas grosso que meu punho fechado.

Mas que caralhos eles...
Aaah, Deus do céu, isso não estava acontecendo...

- Vamos nos divertir muito Oozaki-sensei!

Eles tinham uma câmera apontada pro meu rosto.
Arrancaram minha roupa, taparam minha boca com fita...
Minhas pernas foram amarradas, eu...
Não...
Queria estar ali...

Entrei na escola e fui correr mai um pouco no ginásio.
Dei algumas voltas na quadra antes de decidir um comer algo.
Passei perto da quadra de baseball e um ar de luxúria podre invadiu minhas narinas, fiquei tonto uns minutos é até senti repulsa.
Estavam fazendo alguma coisa e aquilo não era bom.
Luxúria podre poderia atrair coisas do submundo que ninguém gostaria de estar próximo.

- devem estar abusando de alguma menina...

Mesmo com repulsa segui o cheiro podre pior que qualquer carniça.
Ele me levou até os chuveiros da quadra, a cada passo que eu dava em direção ao local o cheiro ficava mais forte me dando ainda mais vontade de por tudo para fora.

Eu podia ouvir risadinhas e gemidos e umas palavras como:
"Tá gostando?"
"Vamos meter fundo em voce"
"Isso mesmo, geme putinha"

Revirei os olhos para o que ouvi, esses humanos burros...
Esse tipo de coisa que estavam fazendo iria atrair o pior dos piores fins para eles.
Abri a porta e todos voltaram sua atenção para mim, parando o que estivesse fazendo.
O líder que estava de costas com certeza metendo em alguma menina virou a cabeça e deu um sorriso safado.

- ah, novato... quer se divertir com a gente? Não quer ser o primeiro novato a meter na patinha do diretor? - O olhei passivo não achando nenhuma graça no que dizia - ah, sério, apesar de ser homem ele é apertadinho

homem ?
O olhei confuso já não entendendo mais nada, ele devia estar drogado e não falava coisa com coisa.

- NÃO FINJA QUE NÃO ENTENDEU NOVATO!!! É AQELE PUTO DO OOZAKI-SENSEI!!!

- Sim, a gente conseguiu meter uma boa surra nele e... - ele parou de falar quando se virou para mim.

Ouvi o nome do mandão e meu sangue ferveu.
Eles estavam fazendo o que com ele? Acho que não ouvi direito.
Senti minhas sombras subirem por meu corpo em uma tentativa de me acalmar, mas minha ira era mais forte.
Meus caninos se alinharam, minhas unhas viraram garras, meus chifres e rabo apareceram, meu corpo estava coberto pelas sombras e meus olhos brilhavam em fúria.... isso deve ter sido o que os assustou, Pois nenhum deles se mexiam e seus corpos emanavam enormes ondas de medo.
Não pude me conter, entrei nonlocal e fechei a porta atrás de mim.
Minhas sombras desceram de meu corpo e paralisou todos no lugar.

- vocês fizeram o que!? - minha voz foi como um rugido grotesco ao perguntar, eu estava fervendo e se alguém não me parasse eu iria mata-los.

Agarrei o liderzinho pelo pescoço, minha garras se afundando em sua garganta o afastei me deparando com o mandão todo machucado é sujo.
Ao ver aqui apertei ainda mais sua garganta até senti-lo estralar em minhas mãos e pender a cabeça para trás ao quebrar seu pescoço.
Soltei seu corpo morto no chão e me virei pera os outros.

- claro, adoraria me divertir com vocês

Ficamos o dia todo naquela brincadeira maldita.
O tempo passou tão devagar, que parecia lento apenas para me fazer sofrer mais.
Nunca desejei tanto que apenas desmaiasse, mas apesar de tudo, da dor e do prazer que me infringiam, eu era acostumado com aquele tipo de coisa e não iria apagar assim tão fácil.

Foram horas e horas dentro daquele lugar.
Já haviam enfiado coisas em mim, já me fizeram chupar aquelas coisas nojentas que tinham no meio de suas pernas, já haviam feito fila para ver quem fodia primeiro.
Houve um momento no entanto que eu apenas desisti de tentar me defender.
Deixei rolar, deixei que se satisfizessem, mas parecia não ter fim.
Esse tempo todo gravando tudo o que estava acontecendo... Ameaçando colocar na internet e divulgar pela escola...
Se isso aconrecesse, eu com certeza seria morto pelos ansiões. Eles não deixavam esse tipo de coisa passar em branco...

Quando o céu já estava escuro, foi quando finalmente ouvi uma coz diferente naquele lugar.
Pude sentir a aura negativa, aquela sensação de medo que me tomava conta e eu não sabia por que. Mas logo percebi de onde isso vinha, ou melhor, de quem.
Todos eles pararam o que estavam fazendo, começaram a geitar desesperados, pude ver um corpo cair no chão.
Sei o que ele estava fazendo, mas não era o certo...

- Y-Yosuzu-m-me... Haah... haaaah... Deixe eles irem... Não faça isso... D-deixe eles irem... Haah.. hah... - pedi para ele, o encarando com firmeza, mesmo estando na posição que me encontrava.



As mãos continuavam amarradas, camisa aberta, estava coberto de ferimentos e de sêmem daqueles garotos, mas eu havia fechado minha mente.
Aprendi a fazer isso quando não queria sentir o impacto sobre meu corpo. Fechava minha mente, ninguém conseguia ultrapassar a barreira que construí.
Foi a única maneira de conseguir me manter são esse tempo todo.

Os garotos correram desesperados pra fora, nenhum deles ficou pra trás, apenas eu, o demônio e um corpo já sem vida.
Minhas pernas tremiam, estava todo machucado por dentro, haviam enfiado tanta coisa em mim...
Eu ainda estava duro por causa dos comprimidos que me deram, mas havia um pequeno e fino metal enfiado na uretra, me machucando.
Droga, eles acabaram comoigo... Subestimei-os mais do que deveria...

- Haaah... - continuei encarando a forma bela como Yosuzume se encontrava.

Era algo assustadoramente belo...
Os chufres, a cauda... Era bonito e assustador... Animalesco...

- Haaah... Haaah... Por favor... Se acalme... E... Aaaah... - fechei os olhos, fazendo uma expressão que ele nunca vira antes.

Me sentia ainda ameaçado, mas...
Não podia negar que... Estava...
Droga...

- Por favor, eu sei que aquilo não foi um sonho... - disse, me referindo a noite em seu quarto. - Por favor... Entra... - abri as pernas, o encarando quase que sem controle do que fazia. - Entra em mim... Haaah... Haah...

Consegui espanca-los antes que fugissem.
Prometi a mim mesmo que iria caçar um por um, e acabar com a existência deles.

Meu sangue fervia eu podia o ouvir pulsar nas minhas orelhas.
Minhas sombras voltaram a alisar meu corpo como se estivessem clamando para que me acalmasse assim como ele me pedia para me acalmar

Eu não conseguia.
Meu bloqueio se quebrou, ele já estava prestes a se quebrar quando vim para essa maldita escola.
E quando meu bloqueio se quebra eu não sou mais eu.
Um outro eu se liberta, um eu violento e ganancioso, o eu que matou Amaemon.

Me virei para ele com meus olhos cheios de ganância.

- ah sim... aquela noite, era eu brincando com você, aquele inútil te tinha no próprio quarto e não pretendi fazer nada com você, eu consegui tomar a consciência dele por um tempo, mas ele resistiu e te soltou.... - ele falava dele mesmo, isso poderia ser hilário, mas não era, não quando ele estava na posse de meu corpo naquele momento

Ele lambeu os lábios e deu um sorriso se aproximando do mandão, me enclinei sobre ele ficando por cima com o rosto bem próximo ao dele.

- entrar em você? Isso será um prazer...

Tomei os lábios dele em um beijo enquanto colocava meu membro para fora e o penetrava.

Até aquele momento achei que estava falando com Yosuzume, mas quando ouvi sua voz, percebi que me enganei completamente.
Sentia um medo extremo, algo no fundo de minha alma me dizendo que aquilo era perigoso, que eu não sabia onde estava me enfiando, e de fato eu não sabia, pois aquilo ali na minha frente não era exatamente o garoto...

Parei por um segundo, o olhando um tanto assustado.
Meus olhos brilhavam no escuro daquele lugar assim como seu, uma expressão diferente tomou conta de meu rosto quando percebi que havia cometido um erro muito grande.

- E-espera, você não é...!!! Humm!? - antes de terminar de falar, sua boca colou na minha, me calando no mesmo instante.

Não era o garoto.
Era algo diferente, algo ou alguém. Alguém que vivia com ele no mesmo corpo, alguém... Mais forte, mais perigoso... Mais obscuro...

- Mnhm... Hnm... - sua língua entrou na minha boca, um beijo tão quente que parecia me deixar ainda mais zonzo.

Meus olhos não enxergavam bem sem os óculos, mas quando os abri pude perceber que durante o beijo ele me encarava de tal maneira a me dar arrepios.
Eram os olhos de um predador, os olhos de um animal..

- Hnm!? MNH!!! AGH!!! - joguei a cabeça pra trás quando senti ele enfiando o membro dentro de mim.

Quando olhei entre minhas pernas, quase fiz meu coração parar de bater.
Já estava machucado lá embaixo, mas ele... Pelo amor de Deus, parecia que estava sendo penetrado por um cavalo.
Como podia ser tão grande assim? O meu já era grande o suficiente pra deixar as pessoas de boca aberta mas aquilo?
Só podia ser mentira.

- AH!!! AAAUGH!!! - a respiração ficou presa na garganta, podia sentir toda aquela porra que te espirra do ora fora quando ele entrou.

Tinha cheiro de sangue, eu estava machucado por dentro, meu reto simplesmente foi constantemente penetrado, as paredes internas inchadas, mas ele continuou entrando e entrando, não havia colocado nem metade ainda.
Deus...
Eu perdia tanto a cabeça quando isso acontecia... Eu não queria adimitir mas, ficava extremamente excitado quando me amarravam, me machucavam... Os remédios que tomei também não ajudaram nem um pouco...

- AAAAAAGH!!! MUITO... GRANDE!!! AAAUHGH!!!

Separei meus lábios dos dele e o encarei.

- como não sou ele ? É claro que sou, na verdade eu sou o original, aquilo que você conheceu é apenas uma falsidade criada pelo bloqueio.

Continuei a entrar nele.
Eu já estava completamente dentro dele, mas fiquei parado sem me mover, eu apreciava suas múltiplas expressões.
As lágrimas escorrendo por seu rosto que se contorcia em dor e prazer me fez querer machuca-lo mais.

Coloquei minha mão sobre seu peito próximo ao coração, minha mão começou a esquentar em sua pele e ali gravei uma marca.
O pentagrama com a sigla Y no meio envolto de espinhos, tinha uma cor verde esmeralda assim como meus olhos, ele seria meu agora.

- UUHNNNH!!! - era impossível não sentir...

Ele era grande demais... E ia tão... Fundo...
Aaah, droga...
Eu deveria ter pensado antes de me oferecer dessa forma... Com toda certeza ele acabaria comigo, mas eu... Precisava voltar para casa amanhã, merda...
Como apareceria em casa todo machucado desse jeito? Aquela estúpida iria desconfiar.
Mas era difícil pensar nisso agora...

- Aaaah... - desviei o olhar na mesma hora, algumas lágrimas escorrendo por meu rosto que tentava se esconder entre os braços amarrados.

Me sentia tão... Sujo por fazer isso, mas não conseguia controlar o desejo de ser fodido daquele jeito...
Eu era doente por causa disso... Não era certo gostar dos abusos, mas aquela vadia daquela mulher havia ensinado meu corpo que isso era bom...
Isso era muito... Bom...
A esse ponto estava perdendo a cabeça...

- Ah?.. Aaah... - sua mão foi colocada encima de meu peito, logo senti algo queimar... Algo queimar muito forte... - ah!? AAAGH!!!! O QUE É ISSO!? AAAAAAGH!!!??? - parecia como se agulhas estivessem cravando em minha pele, desenhando algo sobre ela...

O que estava acontecendo?
Eu não podia enxergar direito, não dava pra...
O que ele estava fazendo?
Era difícil de pensar desse jeito... Algo tão grande dentro de mim, dor e prazer lado a lado...

Rabgia os dentes, me contorcendo debaixo de seu corpo, minha entrada o apertando, contraindo com tanta força...

Abaixei minha cabeça até seu peito deixando a marca que havia feito ali.
A pele estava onde a marca estava o local agora sensível.
Quando beijei ele gemeu ainda mais.

Senti ser apertado por ele e mordi meu lábio inferior contendo um gemido.
Minha marca começava a fazer efeito, os cortes e hematomas por seu corpo começavam a se curar, senti meu membro ser menos apertado, indicando que aquela região dele estava desinchando.

Enclinei meu corpo para trás me sentando e puxando ele pelas lateral de seu corpo.
Agora sentado com ele em cima de mim me permitia ter mais contato com seu corpo.
Minhas mãos foram para suas nadegas abrindo as mesmas enquanto estocava dentro dele.

Meu corpo estava estranho...
Sentia algo dentro de mim, e não, não estou falando dele... Mas alguma coisa a mais...
Todos os meus ferimentos pareciam queimar... O local onde ele tocou... Quando beijou quase me fez perder a maldita cabeça...
Não conseguia nem sequer respirar direito. Toda vez que tentava, um gemido rouco escapava de minha boca...

- AH! AHN! - e pra piorar ele me levantou do chão, me colocando sentado encima dele.

Por Deus... Seu menbro deslizou ainda mais fundo, atingiu um ponto que nem eu imaginava que podia atingir...
Tão fundo... Tão... Duro... Aaah...

- Aghn... Uhn... Nhn... Haaah... Hah... - tomei meu tempo pra respirar, mas nãl muito, pois senti ele abrindo minhas nádegas, enfiando dentro de mim como se não fosse nada.

Seu pau saía um pouco e entrava com tudo, dando trancos doloridos dentro do meu corpo.
Aah, eu estava vendo estrelas...
Minhas mãos, ainda amarradas, colocaram-se contra seu peito, agarrando sua camisa com as unhas a cravar em sua pele.
A expressão que tinha em meu rosto era aquela típica quando estava sendo usado por aquela vadia...
Realmente era repugnante, mas não podia deixar de sentir... Prazer...

- Ah!!! Ahn... Isso... Vai... Merda... Haaaaaah... Fode... com mais força... Droga... Eu quero mijar, merda, tira essa porcaria do meu pau... - pedi, encostando o rosto contra seu ombro, para que ele tirasse aquele maldito tubo de minha uretra.

Aquilo doía, e eu não podia gozar daquele jeito...

Soltei uma mão de suas nadegas e segurei seu queixo o forçando a me olhar nos olhos, eu estava passivo sem expressões incomodado com os tipos de pensamentos que ele tinha.

- não me compare a ninguém - falei autoritário - não tire conclusões precipitadas, essa marca é minha marca de posse, você é meu agora e ninguém toca no que é meu, tenho ciúmes das minhas coisas aquela mulher nunca mãos vai tocar em você - continuei o encarando - pode se considerar livre agora, entende ?

Perguntei e continuei o olhando a espera de uma resposta.
Mesmo se ele não quisesse, a marca já estava lá e eu não iria retira-la.
Me senti ainda mais forte e com certeza ele também, Pois a marca nos conectava, ela agora podia usufruir de meus poderes e minha força

Do que diabos ele estava falando?

Fui obrigado a olhá-lo, e o encarei por um bom tempo sem entender exatamente o que dizia.
Então... Foi quando percebi que o que ele havia feito sobre meu peito fora sua marca.
O que significava no entanto eu não entendia ao certo, mas podia sentir fluir entre nossos corpos...
Aquela sensação de ecstasê no entanto não durou muito tempo, pois foi afogada pelo sentimento de raiva que tomou conta de mim quando ele tocou no assunto daquela mulher.
O encarei, os olhos fixos nos seus.



Quer dizer que ele... Ele sabia dela? Sabia de tudo? Por que isso me surpreendeu?
Claramente ele era um demônio e podia muito bem saber o que quisesse de qualquer um, mas me senti invadido quando ele confessou que sabia de tudo.
Não havia ninguém nesse mundo, com o direito de invadir a vida pessoal das pessoas, muito menos de se declarar dono de alguém. Pelo menos não comigo.
Por que todos achavam que tinham o maldito direito de me tratar como se fossem meus proprietários?
Minha "mãe, meu "pai", minha "esposa", a "empresa". Todos eles e agora esse maldito demônio?
Fosse o que fosse, ninguém podia me controlar e ninguém jamais iria.

- ... - respirava profundamente, o olhando ainda.

Suor escorria por todo meu corpo. Sangue, sujeira.
Já não sentia mais os ferimentos, sabia que ele havia me curado.
Mas a gratidão que deveria ter a ele era zero.

- Acha mesmo que pode se declarar meu "dono"?... - disse, a voz calma, mas profunda. - Eu não tenho medo de você. Se realmente entrou na minha cabeça e descobriu sobre minha vida, já deve saber que eu não tenho medo de ninguém... - o empurrei com força, segurando suas mãos acima de sua cabeça. - Não ache que é meu dono por causa de uma merda de marca. Eu não sou cachorro algum pra ter a merda de um dono... - contraí todo meu corpo, o fazendo sentir lá embaixo a pressão que exercia sobre seu membro.

Levantei-me quase que inteiro sobre seu corpo, o apertando entre o meu, descendo completamente de novo.
Arranquei gemidos dele, talvez de dor, talvez de prazer.

Não me importava...

Minhas mãos foram para sua pintura o apertando ali enquanto ele quicava tão profundo sobre meu membro.
Levei minha boca até a marca e lambi a mesma.
Seu corpo tremeu e ficou mole quando lambi a marca deixando-a melada de saliva.
Uma última estocada e vi ele iria gozar, assim que retirei o tubo de sua uretra ele se desfez sujando a ambos nós dois.

- você não ainda não entendeu... quando descobrir aí você me diz, mas um aviso, só toma cuidado para não quebrar todas as portas da escola quando for fecha-las.

Me referia a nova força dele.
A marca nos conectou e eu fiquei mais forte com a força dele e ele também podia sentir a minha, sua visão ficaria perfeita, não precisaria mais dos óculos, a audição iria melhorar, seria silencioso como uma cobra... ele seria quase como um demônio.
Claro, com tudo isso ele iria precisar aprender a controlar.

Ele ficou todo mole depois que gozou e aos poucos eu sai de dentro dele deixando ele caísse sobre mim mole tentando se recuperar.

O modo como ele me olhava ou dizia aquelas coisas...
Eu não gostava nem um pouco...
Tudo aquilo... Soava extremamente errado.
Havia alguma coisa de errado ali, e eu sentia na pele...
Mas de qualquer forma estávamos no meio de algo agora, e o que importava era que eu queria terminar.

Coloquei ambos os joelhos no chão, apoiei as duas mãos sobre seu peito e fiz o que o inútil não estava tendo o trabalho de fazer.
Levantava meu corpo quase o tirando inteiro pra fora, enfiando com tudo de novo ao soltar meu peso.
Repeti isso tantas vezes, o encarando esse tempo todo.
Sua expressão não mudava nem um pouco, como se ele realmente não estivesse sentindo nada e isso estava me irritando, mas... Eu não estava em total controle de meu corpo pra poder sequer reclamar disso.

- Ah... Hah.. Haah... Ahn... Aaaaah... - gemia, chachoalhava a cabeça de um lado ao outro, tentando manter a consciência, mas estava chegando tão perto... - Uuuhnngh... - ia com mais força, enfiando ele todo dentro de mim, sentindo-o me alargando por dentro.

Mas aquela maldita marca estava me deixando fraco perto dele. Senti isso quando ele me lambeu, senti meu corpo amolecer por um segundo...
Deus do céu... Eu não deveria estar fazendo isso...
Mas toda minha consciência foi limpa no momento em que ele arrancou aquela coisa de meu membro.
Vi estrelas naquele momento.
Senti aquilo sair rasgando, mas também, na mesma hora, sentei encima dele com tudo, jorrando porra pra tudo quanto é lado.
Não deu pra evitar fazer uma bagunça tão grande, afinal eu estava segurando o dia inteiro...

- Aaaahaahn!!! Aaaaaahnn!!! - agarrei-o com força a chegar rasgar suas roupas, mas minha força logo se esvaiu completamente. - Aaah... Haaaahn... - ambos ficamos deitados um ao lado do outro, estava ofegante, exausto, mal conseguia pensar direito...

Mas eu coloquei na cabeça tudo o que ele estava me dizendo... E não gostei de ouvir isso...
Simplesmente não gostei...

- Agh... - resmunguei mais um pouco quando ele tirou de dentro de mim, fazendo todo o gozo que vim segurando o dia todo, vazar por minhas pernas.

Aqueles garotos iriam pagar caro por isso...
Mas o mais importante agora...

- Ah... Haaah... Você está... Haah... Me dizendo que... Praticamente me amaldiçoou?...

Ri de sua pergunta, uma risada que expunha meus dentes ponteagudos e neguei com a cabeça.

- não é uma maldição... apesar de que no início possa parecer por que não vai estar sob seu controle, mas quandobpegar o geito... bem....

Dei de ombros não sabendo completar a frase quando a resposta já estava tão óbvia.
Coloquei os braços de baixo da cabeça usando de traviseiro e fechei os olhos aproveitando o momento em silêncio.

Tenho que voltar ao submundo.
Preciso passar na avareza e reconquistar meu império.
Fuder a jasmim.
Torturar uns demonios.
Prender a deusa do desejo novamente e sair a conquistar os outros reinos.
Suspirei
Eu precisava fazer 18 logo, assim iria voltar para o inferno e Arîn não iria me impedir.

Fui fazendo uma nota mental do que queria fazer agora que o bloqueio finalmente havia se quebrado e eu conseguido o controle sobre o corpo novamente.
Só espero que ele já não estava capaz de ouvir tudo isso que pensei...

Fiquei o encarando por um bom tempo, um ar questionante e desafiador presente em minhas feições.
Minha cabeça demorou um pouco para digerir tudo o que ele havia dito, mas, quando a ficha finalmente caiu, não foi tanto assim de meu agrado...

- Tire. - disse, sem pensar duas vezes.

Me sentei a seu lado, olhos fixos nos seus.



- Eu não quero nada vindo de você. Então tire. - disse mais uma vez, a voz num tom autoritário, como se aquilo não fosse um pedido, mas sim uma ordem.

Não queria ter nada a ver com os assuntos dele.
Não queria ter nada a ver com os problemas do departamento sobrenatural.
Já tinha meus próprios problemas para lidar. Não precisava de mais um, pois eu sempre me virei sozinho, sempre iria me virar, sem depender de nada, nem de ninguém...
Isso era... Repugnante.

- Ande logo com isso e tire essa marca de mim. - disse mais uma vez, ficando impaciente. - Não quero nada que venha de um maldito demônio como você. Todos acham que podem fazer o que bem quiser comigo a torto e a direito. Eu não dei permissão para me marcar feito um animal, então tire isso agora. - se ele se recusasse eu mesmo o faria.

Não precisava compartilhar nada com ele, nem poderes, nem força, muito menos pensamentos.
Odiava isso, odiava quem achava que tinha controle sobre mim. Por que sempre achavam que era fácil assim?

Continuei com um sorriso selvagem no rosto
Eu não tenderia seu pedido
Me impulcionei para dente me sentando e logo levantando

- não vou tirar, tem todo um ritual, pra tirar eu teria de entrar na sua mente e consequentemente ver todo o seu passado - vesti minha box e a calça, ajeitei a camisa de manga agora ameaçada - posso faze-la sumir, mas ainda assim sua alma vai estar marcada.

Dito isso a marca foi sumindo como se sua pela a estivesse sugando.
Terminei de me arrumar e peguei sua roupa rasgada em um canto.
Estavam todas apenas retalhos.

- não dá pra nada.... - falei referente aos trapos rasgados que não davam bem pra cobrir o rosto - se quiser posso pegar uma outra roupa pra você no seu quarto, mas aí teria de esperar aqui, ou... se estiver disposto você sai assim enquanto vou na frente dizendo se vem gente ou não.

Falei soltandonos trapos no chão e me virando pra ele

Não estava gostando nem um pouco daquele sorriso nojento que ele tinha nos lábios.
Era desprezível... Era o tipo de sorriso que eu adoraria arrancar de alguém...
Quando disse que não o faria, só fez aumentar essa vontade...

O encarei, com ódio, ódio visível, mas não pretendia deixar ele me dizer o que fazer ou deixar de fazer.
Eu mandava em mim, eu era meu dono.
Não ele.
Nem absolutamente ninguém.

Mas uma dor intensa me tirou a concentração.
Me inclinei sobre o chão, colocando a mão sobre o peito, sentindo a cicatriz sumir.
Podia sentir meu corpo a consumindo...
O que ele estava fazendo comigo?

- AAAGH!? - coloquei a testa no chão, respirando fundo quando a dor foi sumindo aos poucos. - Maldito... Desgraçado... Haaah... - meu corpo tremeu, me sentia sem fôlego ou forças pra desafiá-lo.

Por que tudo isso estava acontecendo tão de repente? Não era justo... A "empresa" deveria ter me deixado a par da situação, deveriam ter me informado com o que eu estava lidando, mas nenhum deles sequer se importou...
Por que?...
Isso tudo estava me deixando com a pulga atrás da orelha...

- Haaah... - fechei meus olhos, tentando me concentrar novamente.

Ignorei completamente o que ele disse sobre as roupas no entanto.
Estava mais concentrado na faca de caça que se encontrava caída no chão bem perto de mim.

Sem que ele visse, agarrei a mesma, indo direto pra cima dele.
Não gritei, apenas o joguei contra o chão, mirando a ponta da faca bem em seu pescoço.
Fiquei a um triz de furar sua garganta. Mas não o fiz.
Estava sentado encima de seu corpo, as mãos ainda amarradas, mas segurando firme a lâmina bem rente a sua pele.

- É melhor tirar isso de mim ahora, ou eu mato você... Pode ter certeza que se não morrer com isso eu arranjo um jeito de acabar com a sua vida, seu desgraçado filho da puta...

Cai no chão, pensei que havia tropeçando.
Mas então senti seu corpo sobre o meu me prensando contra o chão e uma faca em minha garganta.

- n-nao... porfavor, não faça isso... - falei com a voz assustada, mas não me contive e comecei a rir estragando meu pequeno tiatro - você não vai conseguir... se quiser tentar... - expôs ainda mais meu preço do para que ele cortasse o mesmo - vai fundo, pode atravessar essa faca, várias e várias vezes.

Eu não iria morrer de qualquer forma.
E uma faquinha daquelas nem faria cócegas em mim.

Fiquei olhando seus agora sem os óculos p desafiando a fazer.
Não me importaria de ser perfurado uma lâmina mundana eu não morria com tais coisas.

Eu não podia deixar ele fazer isso comigo...
Não podia baixar a cabeça pra mais ninguém... Mais ninguém!!!
Ninguém era meu maldito dono, ninguém podia me marcar feito um animal!!!!
Se achava que tinha ligação ou controle sobre mim, esse fedelho desgraçado iria se arrepender pelo resto de sua maldita vida!!!!

- aaaAAAAAAAAAHHH!!!! - levantei a faca no alto, logo cravando ela com toda a força na garganta daquele maldito.

Não me contentei apenas com uma facada no entanto.
Golpeei-o tantas vezes que podia jurar que estava separando sua cabeça de seu corpo.
Era tanto sangue, algo preto, viscoso, mas eu sabia que era seu sangue.
Podia serntir o cheiro...

- MORRA!!! MORRA MORRA MORRA MORRA!!! AAAAAAH!!! - continuei golpeando, meu corpo todo se banhando em seu sangue.

Não...
Eu estava cansado de ser manipulado dessa forma, estava cansado de ser o brinquedo de todos...
Eu não fui feito pra isso... Se eu soubesse jamais teria entrado pra organização, jamais teria aceito a ajuda da "mãe". Isso era injusto... Por que... A minha vida toda teve que ser assim?
Por que eu era obrigado a passar por tudo isso?...
Eu só queria nunca, jamais ter nascido em primeiro lugar...
Meus malditos pais... Aqueles desgraçados me abandonaram num maldito orfanato, pra minha vida virar isso aqui?

O mundo era cruel demais...
Mas eu estava aprendendo com ele...

Só fui me contentar quando senti a faca tocar o chão quando atravessou seu pescoço.
Ofegante, assustado, encarava a lâmina que se perdia entra carne cortada, sangue que fluía.
Minhas mãos ainda seguravam firme em seu cabo. Não iria soltar...

Respirei uma última vez antes dele enterrar a faca em minha garganta.
E mais uma vez
E mais uma
E mais uma
Até perdoa conta de quantas vezes foram.

Eu não sentia nada.
Meu corpo não se movia, eu não respirava, não sentia e não ouvia.
Apenas via o que estava acontecendo a minha volta pelo fato de meus olhos estarem abertos.
Quando ele parou continuou com a faca em minha garganta e aos poucos senti meus ossos voltarem ao lugar, minha carne e pele se fechando se curando lentamente.

Em algum momento perdi a consciência, pois acordei ainda de olhos abertos.
Ele ainda estava sobre mim com a faca gravada em minha garganta.
Fiquei uma vez e me virei para o lado rapidamente tossindo sangue agora conseguindo respirar.

Arranquei a faca de minha garganta segurando por cima de sua mão ensanguentada.
A carne havia se curado e sicatrizado envolta da lâmina o que deixou um buraco no meu pescoço.
Me voltei para ele zangado, por ter perdido muito sangue, eu não havia feito 18 ainda e perder muito sangue como agora poderia me deixar doente e não seria legal ficar doente exposto no mundo humano

- se sente melhor ? Satisfeito ?Depois de descontar sua raiva em mim ? - perguntei com a voz pesada, obviamente zangada.

Me levantei o derrubando de cima de mim.
Minhas roupas estavam encharcadas de sangue e não teria nem como disfarçar para entrar na escola.
Torci o quanto pude do sangue em minha roupa e bati um pouco para dessamaçar onde torci.

- Abaddon...

Chamei e em menos de segundos ele apareceu de joelhos em minha frente.

- sim mest-... você... - ele falou quando me viu, claramente surpreso por eu estar ali e não o outro que ele era acostumado, dei um sorriso de satisfação.

- sim eu, quero que convoque jasmim diga para ela trazer vestes novas e as minhas coisas de costume.

Ele assentiu relantante e tenso antes de desaparecer.