Quarto 102

Relembrando a primeira mensagem :

*Cheguei no internato pela manhã, ainda cansado do dia anterior. Aquela viagem para Milão havia realmente sido cansativa... Fui direto para a portaria, tentando ignorar os olhares e frases curiosos;

-Ei, aquele ali não é...

-O Akira Murata?

-O modelo?

Ouvi diversas variações dessas frases, corando ligeiramente e indo até a secretaria, pegando minha chave. Fui para o andar dos dormitórios, abrindo a porta de meu quarto e entrando no mesmo. Coloquei minha bagagem ao lado de um dos armários, tirando meus coturnos e deitando em uma das camas. Suspirei ao perceber que haviam duas camas, resmungando.

-Espero que seja alguém legal... -Murmurei, pegando o celular e mexendo, ainda sonolento.*


(Só para constar, sou uma conta alternativa do Yoshiaki hehe =P)

*Suspirei, pegando a menor torrada com ovo.

-Droga, eu realmente não posso comer essas coisas... -Falei mais para mim do que para ele, mordendo a torrada. Engoli e coloquei-a próxima a sua boca, sorrindo. -Está vendo?*

*Esperei uns minutos para ver o que acontecia e não vendo reação alguma da sua parte, comecei lentamente a comer, a acomida ogra fria.*

*-Você deveria ter comido antes, deve estar fria e ruim. -Falei, fitando-o de forma serena, apoiando minha cabeça na mão.*

*Não lhe respondi, apenas silenciosamente dando pequenas mordidas na sanduíche.* - ...Continua a ser comida...

*-Qual a graça de comer se não estiver bom? -Perguntei, ainda fitando-o. -Essa que é a parte boa de comer...*

*Continuei a comer.* - ...Desde que me tire a fome, não me importo com o sabor ou com o que é... Para mim qualquer coisa serve... - *Disse, honestamente, acabando de comer e bebendo o sumo mesmo que antes já estivesse frio, sentindo-o um pouco quente.*

*-Ah, quem me dera ser assim... Essa é a parte ruim de ser modelo, ter que comer praticamente só salada... -Falei, sorrindo timidamente, ainda fitando-o.*

* Irritei-me um pouco com aquilo. * - Devias dar muitas graças por poder escolher o que comes... - * Disse baixinho e com a voz um pouco zangada.*

*-Oh eu não escolho, eles escolhem. -Falei, frisando o 'eles'. -Mas enfim, não estou falando como se fosse ruim, estou somente brincando. Espero não ter te irritado de verdade. -Disse, sorrindo e fitando-o.*

* Assenti. * - Então devias dar graças por teres o que comer... Mas eu não posso responder... Brinquedos não têm sentimentos... - * Disse, de novo sem emoção na voz.*

*-Ei, não diga isso. Você é um garoto normal, assim como eu ou qualquer um outro nessa escola. Não use o termo brinquedo para se definir. Me diga, como veio parar aqui? -Perguntei, serenamente. *

* Dei um suspiro curto e pesado. * - Fui raptado aos 6 anos e usado como escravo sexual de um homem qualquer. Injetaram ADN denanimais em mim e agora tenho orelhas e uma cauda. Prenderam o velho há uns meses e decidi vir para aqui. Vês? Sou tudo menos mormal.

*Arregalei os olhos em surpresa, realmente espantado.

-Wow... Isso é... muita coisa. Bem, ao menos ele foi preso. Devia aproveitar que agora está livre e recomeçar sua vida. -Falei, sorrindo de forma compreensiva. *

Se eu não responder esse final de semana é porque estou no interior

* Continuei ali, encolhido. * - Eu só tenho 14... Não sei como voltar para casa nem tenho para onde ir... Como é que eu me vou virar...? - * Funguei. Encolhendo-me com os joelhos junto ao peito e a testa sobre os mesmos, escondendo o rosto.*

No probs Yoshi~

*-Se quiser eu posso te ajudar. Acho que você devia ficar aqui no colégio, se focar nos estudos. Mas se você quiser posso te ajudar a voltar para casa. -Falei, acariciando seus cabelos, um pouco receoso de sua reação. *

*Comecei a ronronar baixinho.* - Mas... Tenho medo... - *Disse, honestamente, com a minha voz natural, fofa e querida, fungando novamente.*

*-Do que tens medo? -Perguntei, continuando com o carinho. *

*Apertei um pouco os meus braços.* - Tenho medo de que aquilo aconteça outra vez... E que a minha família não me reconheça e que nada volte ao normal se eu os encontrar... Eu acho que vou ficar aqui, pelo menos até ter idade par trabalhar... Ao menos não me podem fazer mal aqui, muito menos contigo por perto... é-é assim, n-não é?! - *Virei-me para ele, temeroso.*

*Assenti com a cabeça, sorrindo.

-Fique tranquilo. Enquanto você estiver comigo vou fazer o possível para que você fique bem e que ninguém te machuque. -Falei, ainda acariciando seus cabelos.*

*Assenti, mais calmo, voltando a pousar a cabeça nos joelhos e ronronando ligeiramente mais alto. Aquilo sabia tão bem...*

*Sorri de canto, continuando com os carinhos. Ele era tão fofo e inocente, chegava a ser adorável. Afastei esses pensamentos, fitando-o.*

*Aos poucos comecei a ficar cansado, tanto que a realidade se misturava com as minhas memórias e sonhos. Por causa disso, dei um pequeno bocejo, deitando-me na cama encolhido e com um pouco da cabeça sobe a sua perna, os braços e mãos junto ao peito e o polegar sobre os lábios, ainda com a sua mao sobre a minha cabeça, quase adormecendo.*

*Sorri com aquilo, deitando-o melhor e continuando a acariciar seus cabelos, fitando-o com um sorriso de canto.*

*Totalmente à vontade e num sono profundo e calmo, deixei aquele segredo de fora... Orelhas grandes e felpudas assim como uma cauda apareceram em mim: orelhas de lince, grandes e uma longa cauda de lobo, ambas de umas coloração cinza-escura. Puxei os joelhos mais para o peito, extremamente confortável, embora com algum frio, mexendo-me de maneira a criar fricção e daí, calor.*

*Arregalei os olhos, sorrindo de canto. Comecei a acariciar suas orelhas, ainda supreso com aquilo.*