Quarto 102

Relembrando a primeira mensagem :

*Cheguei no internato pela manhã, ainda cansado do dia anterior. Aquela viagem para Milão havia realmente sido cansativa... Fui direto para a portaria, tentando ignorar os olhares e frases curiosos;

-Ei, aquele ali não é...

-O Akira Murata?

-O modelo?

Ouvi diversas variações dessas frases, corando ligeiramente e indo até a secretaria, pegando minha chave. Fui para o andar dos dormitórios, abrindo a porta de meu quarto e entrando no mesmo. Coloquei minha bagagem ao lado de um dos armários, tirando meus coturnos e deitando em uma das camas. Suspirei ao perceber que haviam duas camas, resmungando.

-Espero que seja alguém legal... -Murmurei, pegando o celular e mexendo, ainda sonolento.*


(Só para constar, sou uma conta alternativa do Yoshiaki hehe =P)

*Ele suspirou e foi em direção à porta. Chegando lá, fiz sinal com a cabeça para o seguirem e chegámos a uma pequena sala de convívio, ele trancando a porta e sentando-se num sofá comigo no seu colo e os outros dois sentando-se no sofá logo em frente.* - "Está mais do que na hora de resolvermos isto."

*-Huh? Do que está falando? -Perguntei, verdadeiramente confuso, sentindo Ken apertar meu braço, tamanho o nervoso e constrangimento que ele se encontrava. *

*Ele suspirou e pousou-me no sofá. Procurando algo numa gaveta, voltou para o pé de mim e, sem qualquer expressão levantou-a. Encolhi-me imediatamente numa bolinha, cobrindo a cabeça. Ouvi a colher cair ao chão e uma mão nos meus cabelos, o que me fez começar a parar de tremer.* - "Isto é o que eu quero dizer. O Natsuru tem um trauma mito, muito severo... Achas mesmo que eu te iria bater?" Nã-não... Mas... E-ele fazia... E-e... - *Chorava de novo, agitado. Ele apenas me abraçou, como que me isolando do mundo, o que me fez acalmar lentamente, até estar estável de novo.*

*Senti uma pitada de raiva ao ver aquela cena, não por causa de ciúmes de Midori, mas porque eu não conseguia acalmar Natsuru tão bem.

-Ah é? Que trauma e bem, como você pretende ajudá-lo? -Perguntei, sem ser rude, apenas curioso. *

*Ele arregalou os olhos.* - "Não lhe contaste? Quer dizer, eu sei que não é algo que seja fácil contar, mas já se conhecem há mais de meio ano..." Não... - *Eu nunca tinha contado o que me tinha acontecido antes de vir para aquela escola... E se tinha contado, foi muito resumidamente e ele não se lembrava.*

*-Pode me explicar? -Perguntei para Natsuru, fitando-o.*

*Encolhi-me desconfortável e olhando para o chão.* - ...Quando eu tinha 4 anos... Estávamos a caminho do aeroporto para sair da América e voltar par ao Japão, e... Um senhor com uma pistola e muitos homens atrás apareceu e separou-me da minha família... Nunca mais os vi... E... Ele usou-me para se satisfazer... Espetando-me facas, batendo-me, obrigando-me a fazer coisas nojentas e que doíam muito... E... Acho que... É só para isso que sirvo... Não passo de um brinquedo estragado... Não mereço ninguém... Vocês deviam era deixar-me e continuar em frente, só vos estou a puxar para trás... Sou só um impasse na vida de toda a gente... - *A minha voz estava baixinha e a minha expressão não mudava à parte das sobrancelhas franzidas e das lágrimas que caíam rapidamente, a voz sempre no mesmo tom...*

*Em um impulso puxei Natsuru com cuidado para meu colo, abraçando-o com força.

-Para de dizer essas coisas Tagiru. -Segurei seu queixo para que ele me olhasse. -Você foi o único capaz de me fazer seguir em frente, se você me deixar vou voltar a caminhar para trás. Eu amo você Natsu, amo muito... -Suspirei, beijando sua bochecha. Kenichi sentou do lado de Midori, ainda mais envergonhado. *

*Voltei a baixar a cabeça.* - Mas... Eu só te arranjo problemas... Ainda ontem te bateram... Por minha causa... Se eu não estivesse sempre agarrado a ti, isso não acontecia...

*-Você não me arranja problemas, você é a solução dos meus problemas. E se eu não estivesse sempre contigo não estaria feliz como sou hoje Tagiru. -Falei, sorrindo.*

*Fechei os olhos, derrotado.* - ...A sério? - *Virei a cabeça para o Midori-san, vendo-o sorrir carinhosamente e assentir.*

*-Super sério. Eu amo você Natsu. -Beijei sua bochecha, sorrindo.*

*Funguei.* - Então... Prometes que não ficas triste outra vez? - *Perguntei, segurando na sua camisa.*

*-Prometo meu anjo. -Falei, um pouco receoso de não conseguir cumprir a promessa, acariciando seus cabelos e disfarçando.

-Akira, eu... preciso ir. Podemos conversar depois sobre aquilo? -Ken disse, envergonhado. Assenti e ele saiu do consultório, corado.*

* Assenti e abracei-o. * - Não me interessa se prometes de verdade ou nâo... Desta vez, só quero que prometas que não vou ser um incómodo... Mais nada... - * Fechei os olhos. O Midori-san levantou-se e pegou numa folha, escrevendo alguma coisa nela. - "Entrega isto na receção quando forem embora, sim? Podem ficar o tempo que precisarem... Tchau, Natsuru! - * Beijou a minha bochecha e foi para o seu consultório após dar a carta ao Akira-kun. Era uma folha de justificação de ausência e era no nome do Kenichi-kun... Quando o Midori-san metia alguma coisa na cabeça, não desistia mesmo...*

*Entreguei a tal folha na recepção e fui ainda com Natsuru em meu colo para a portaria, esperando um táxi.

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Fui até o corredor dos elevadores, chamando um e esperando-o, agora menos corado.*

* Fechei os olhos, agarrado a ele com carinho, agora calmo. * - Para onde vamos! - * Perguntei, bocejando em seguida.*

Ah... É pra fazer rpg duplo sempre? N percebi...

*-Depende, podemos ir para o colégio ou para a casa de praia, o que preferes? -Perguntei, sorrindo.*

Nn, foi só pra tirar o Ken de cena msm kk

*Fechei os olhos, cansado.* - ...Casa... A escola já fechou... - *Dizia a verdade. Aquele tinha sido o ultimo dia de aulas e estávamos oficialmente de férias de Natal.*

Ok~

*-Verdade, esqueci disso bebê. -Falei, beijando sua bochecha e indo com ele para o táxi, indo até a casa de praia.*

*Assim que entrámos no carro adormeci imediatamente com o calor que lá estava, ainda nos seus braços.*

*Assim que chegamos tirei a roupa que Natsuru vestia, deixando-o de cueca e em seguida colocando uma blusa minha braca e folgada, deitando-o na cama e o cobrindo. Fiquei somente de cueca, abraçando-o já deitado.*

*Aconcheguei-me nele, sentindo-o quentinho. Coloquei um polegar sobre a boca, confortável.*

*Caí no sono rapidamente, ainda abraçado a ele.*

*Acordei apenas de manhã, levantando-me devagarinho para não o acordar. Fiz umas bolachinhas integrais e recheei-as com uma geleia de frutas saudável, por causa da alimentação dele. Eram em forma de corações, câmaras e gatinhos. Pus num prato bonitinho e pousei-o na mesa de café, sentando-me na cama e esperando-o acordar, com as orelhas para trás e a cauda suavemente flutuando atrás de mim.*