Under the Moonlight

* Corria o mais rápido que as minhas pernas me permitiam, já nem mais preocupado com fazer barulho ou não. O kimono pesado que tinha vestido para a reunião daquela noite era o meu pior inimigo, prendendo-me e dificultando-me o passo, pelo que já o tinha rasgado e tirado faz tempo, ficando apenas com umas leggings grossas e uma sweatshirt, puxando o mais que podia pelos músculos, vez ou outra virando-me para trás e disparando.

Era suposto ser apenas uma reunião com um outro chefe de gangue para renovar o tratado de paz e travessia livre, mas fomos embuscados por ainds outra gangue da qual não fazíamos ideia que sequer existia, tendo que recorrer à única opção disponível: fugir. Tinha ficado separado do Yamazaki e do Nobu, meus guarda-costas, e contra várias pessoas armadas, já cansado, eu não dava grande luta.

Conseguindo distinguir palavras entre os gritos eu pus-me a correr mais, algo que se provou impossível pelo facto que as minhas pernas cederem, fazendo-me rebolar e arrastar uns metros no chão denso da floresta. Iria levantar-me, se não fosse um par de mãos a puxar-me por entre uns arbustos, uma delas sobre a minha boca, trazendo-me uns metros para longe do caminho que os meus perseguidores tomavam.

Sabia que a minha melhor hipótese era ficar calmo, quieto e calado, pelo que foi isso que fiz, concentrando-me em recuperar o fôlego e esperando pela reação do meu possível raptor. *

Klaus e eu havíamos discutido, então sai da gruta para espairecer.
"Como pode ele ser sempre..." os meus pensamentos foram interrompidos por um grande ruído ainda longínquo mas a aproximar-se a passos largos e então ouvia-se disparos... sei que devia afastar-me da confusão mas logo ouvi os passos e a respiração pesada, alguém andava a caça-lo. Aproximei-me para observar melhor. "Aquele rapaz não vai durar muito." Escondi-me e quando estava a passar puxei-o com uma mão sobre a  sua boca e outra na cinta erguendo-o um pouco e afastando-me para dentro da floresta onde não nos conseguissem ver.

Fiquei imóvel com ele contra mim cerca de uns dez minutos, até que já não os consegui-se ouvir perto. Relaxei e soltei-o, olhando finalmente para ele, aproximei-me do seu olho e toquei-lhe na tatuagem suspirando ao me aperceber que não era uma ferida.
- Devias sair. Eles vão voltar.

* Suspirei baixinho de alívio após ser soltado, nem um pouco abalado pelo que tinha acabado de acontecer. Simplesmente esfreguei ligeiramente as pernas, tendo a certeza de que estava tudo no sítio. Depois disso olhei para a pessoa que me tinha salvo, um rubor surpreso e desprevenido cobrindo as minhas bochechas, os meus olhos presos nos amarelados que brilhavam no escuro da noite, evidenciando os cabelos escuros. Assenti levemente e reordenei os pensamentos antes de falar. *

- Nunca cá estive e já nem sei por onde entrei. Podes guiar-me, por favor? - * Não havia razão alguma para eu ser hostil, pelo que me mantive passivo apesar de atento aos sons na distância. *

As reações que aquele rapaz teve surpreenderam-me pela positiva, observei-o atentamente antes de lhe dar uma resposta. O rapaz era realmente esbelto, com traços muito peculiares intrigando-me, mas logo reparei no objeto que tinha na mão segurando-lhe a arma e a mão, encarando-o.
- Sim eu levo-te, mas isto vem comigo.

* Dei um pulinho an ser agarrado mas ainda assim mantive-me calmo. Era óbvio o porquê do pedido, pelo que gentilmente abri a mão e o deixei levar a arma. *

- Tudo bem, e obrigado! - * Dei um leve sorriso de canto e logo dei um acenar de cabeça, indicando que começássemos a andar. *


OFF: Sooo... Pergunta rápida: há alguma chance de tu seres portuguesa/ês?

OFF: Sim eu sou portuguesa ^^

On:
Sorri com aquele gesto e guardei a arma.
- Mantêm-te perto.
Comecei a andar por um caminho sem trilha com atenção ao redor,olhando de vez em quando para trás, certificando-me que me seguia, mas quando estávamos quase a entrada paro-o. Ainda estávamos nas sombras mas já era possível ver a rua. Olho para ele e aproximo-me, perguntando num sussurro baixo perto do seu ouvido.
- Conheces aquelas pessoas?

OFF: Aaaaaah, eu também!!! X3

* Assenti e segui-o com cuidado, atento aos detalhes no escuro, tentando não tropeçar ou atrapalhá-lo. Olhei para o sítio que ele indicou e assenti, com um leve sorriso no rosto. *

- Conheço, sim! São os meus guarda-costas... Erm, posso ter a minha arma de volta para ir, por favor? Vou tentar não me meter em sarilhos da próxima vez, mas não prometo nada! - * Ri um pouco, observando os meus protetores. *

Ele sorri e devolve a arma.
- Duvido, mas tem cuidado olhinhos verdes.

* Assenti e ri levemente, guardando a arma na cintura, trancada e logo dando um sorriso brincalhão. *

- Não me subestimes, olhinhos brilhantes! ...Bom, obrigado por me ajudares. Até à próxima se houver! - * Saí da floresta com um leve sorriso, correndo para os meus guarda-costas. Após uns minutos eles levaram-me para o carro e fomos para casa, onde tomei um banho longo e me enfiei na cama, adormecendo quase imediatamente. *

Sorri e neguei levemente com a cabeça sorrindo, no entanto quando me virei dei de caras com Klaus, um lobo grande branco, estava zangado e eu sentia-o.
K: Estava a perguntar-me porque a demora, preocupo-me e é por causa de um humano?
Ele olhava-me com aqueles olhos azuis penetrantes como se conseguisse ver através de mim, reunindo a coragem confrontei-o.
- Não podia deixa-lo... Ele estava a ser caçado...
K: Não podia deixa-lo? - disse ele imitando-me com uma voz irritada. - Devias era te-lo deixado ser caçado! Já te esqueceste do que te fizeram?
- Não são a mesma pessoa.
K: São a mesma raça! Não te chega?
- Não quero discutir sobre isto. Ele não me podia magoar.
K: Tão ingénuo... Vamos...
Segui-o até a gruta e nessa noite não nos tornamos a falar.

* Acabaram por passar-se algunsndias desse esse incidente, mas não conseguia tirar aquele misterioso rapaz da cabeça, várias vezes por ideia tendo-o a aparecer nos meus pensamentos, atiçando a minha curiosidade. Não me aguentando mais, no final do Sábado pedi aos meus guarda-costas para me levarem àquela floresta de novo, por outro lado, obviamente. Entrei commcuidado, espremendo-me entre as árvores e saltado por cima de arbustos e pedras, calmamente caminhando com uma lanterna na mão, um localizador por baixo da minha roupa caso me perdesse, para o Nobu e o Yamazaki me virem socorrer. Trazia uma pequena mochila às costas e procurava por sinais de atividade recente, parando de andar ao reparar no rapaz que procurava, que estava de pé sob uma leve inclinação. Dei um leve sorriso e acenei com a mão livre, esperando para ver o que faria. *

Nos dias que se passaram encontrei um kimono rasgado,com o cheiro dele, nunca tinha visto aquela peça de roupa antes, não a podia levar para a gruta pois Klaus iria simplesmente deita-la fora, escondi-a no alto de uma árvore que se encontrava perto. Tinha que lho devolver mas não sabia como encontra-lo, nem o nome dele sabia. Quando ia a cidade os cheiros misturavam-se e era uma confusão. E quanto mais nele pensava mais difícil era tirá-lo da minha cabeça. "Provavelmente nunca mais o irás ver..."
Estava uma noite de lua crescente, caminhava pela floresta e quando já me dirigia a gruta ouvi uns barulhos vindos da floresta e de novo aquele cheiro... não queria acreditar o meu cérebro só podia estar a pregar me uma partida. E foi então que ele apareceu pelo meio das árvores acenando... Fiquei estupefacto. Aproximei-me dele sem tentar esconder a surpresa que sentia.
- O que fazes aqui? Quer dizer...
Olhei em redor mas nem sinal do Klaus, suspirando aliviado, devolvendo depois a atenção novamente para ele, reparando que trazia uma mochila.
- Vais acampar?

* Ri levemente com a expressão perplexa dele, achando um tanto engraçado nalguém com uma postura tão intimidante. *

- Bom, realmente parece que sim, mas se eu fosse acampar tinha de trazer imensas coisas e uma mochila muito maior! - * Ri levemente, casualmente tirando uma das alças da mochila para a abrir, segurando a lanterna debaixo do braço. Da pequena mochila amarela e cinza tirei um saco de plástico cheio do que expliquei após o extender para ele. *

- Tens aí carne, mochi e algumas maçãs! Visto que muito provavelmente me salvaste a vida; sinceramente não acho que durasse contra tanta gente naquelas condições; resolvi trazer-te um presente de agradecimento! Além disso, seremos vizinhos em breve, e é boa educação trazer prendas aos vizinhos, certo? - * Ri levemente, piscando-lhe o olho, voltando a vestir a mochila como deve ser. *

Ele olha o saco e novamente olha-o.
- Não posso aceitar.
De seguida peguei na lanterna e desliguei-a, entregando de volta pegando-lhe na mão livre e caminhando para longe dali, estavam perto da gruta e se o Klaus aparece-se, nem saberia como explicar...
- A luz atrai vários animais...O que queres dizer com vizinhos?
Parei ao pé da árvore onde escondera o kimono virando-me para ele, ainda de mão dada.

* Assustei-me um pouco com os movimentos repentinos dele, quase tropeçando algumas vezes, demorando para me ajustar à escuridão. Quando parámos eu olhei-o por uns segundos antes de responder. *

- Bem, antes de aqueles bandidos nos interromperem, o meu pai estava numa reunião com um associado dele. Esta floresta tem algumas casas antigas espalhadas e uma delas é nossa! Vamos mudar-nos para ela para facilitar negócios. Então, sim! Vizinhos~!

- Entendo. - Sorri para ele. - Mas devo-te avisar existem lobos nos arrededores. ^^ Espera aqui.
A ideia de te-lo perto fazia-me sorrir apesar dos perigos (Chamado Klaus xD). Trepei a árvore com facilidade pegando no kimono, descendo por uma árvore ao lado para não o assustar, aproximando-me depois dele.
- Encontrei isto. É teu não é? ^^

* Assenti e segurei nas roupas, continuando a observá-lo. *

- Sim, é meu... E isso soa ótim-O QUÊ?! - * Chiei, logo tapando a boca, olhando em volta antes de me dirigir de volta a ele. *

- Lobos... Como em grandes, felpudos, elegantes e perigosos? - * Perguntei, um brilho curioso e maravilhado no meu olhar. *

Levei a mão a testa, não podia acreditar no que via.
- Sim exato... perigosos... Promete-me que não os procuras...
Olhei-o seriamente.
-Promete...

* Assenti com a cabeça várias vezes, um pouco envergonhado pela impressão que lhe passara. *

- Não te preocupes, eu tenho senso comum suficiente para estabelecer limites... Podes confiar! - * Disse, olhando-o de volta igualmente sério. Alguns segundos depois simplesmente suspirei, fechando os olhos, rendido. *

- Bom, já deve ser altura de eu voltar para casa... E podes crer que não volto com isto. - * Voltei a colocar o saco na sua mão, mantendo-o lá com as minhas. *

- A sério, fica com isto. Vou sentir-me mal se não o fizeres, é um agradecimento! - * Disse, retirando as mâos das suas, relutantemente. *

Ele dá um leve riso quando ele mencionou as roupas, mas quando me retornou o saco acabei falando a verdade.
- Não posso... O Klaus matava...
Mordi o lábio havia falado de mais, Despenteei-o com a mão livre.
- Não o fiz por nenhum agradecimento.
Olhei para a expressão dele, ficando pensativo.
- Bem se queres tanto agradecer-me podemos fazer um piquenique mas o que sobrar levas-o de volta.

* Franzi as sobrancelhas e dei um suspiro alongado, abrindo ligeiramente o saco e tirando de lá uma maçã e uma bolinha de mochi numa caixinha, colocando-os na sua mão e logo olhando para ele após voltar a guardar o saco na mochila. *

- Pronto, ganhaste. Podemos só conversar um bocadinho? É o máximo que te peço! - * Pedi, juntando as mâos na esperança que ele aceitasse a minha oferta. *

Sorri ao ver as expressões dele. Nunca conhecera alguém tão expressivo.
- Segue-me. - Disse divertido com aquela situação.
Andei um pouco até encontrar um espaço mais resguardado onde as árvores e arbustos tapavam a maioria do vento.
Sentei-me encostado a uma árvore e fiz sinal para ele se sentar ao meu lado. De seguida parti o mochi pela metade e coloquei-lho na boca, observando-o atentamente.
- Bem podes começar por me dizer o teu nome?

* Assenti com um sorriso leve e segui-o, andando com os olhos no chão para não cair. Sentei-me do seu lado, observando os meus arredores agora que tinha uma perspetiva diferente deles, sentindo como se tudo fosse subitamente gigante. Olhei-o e neguei com a cabeça. *

- O meu verdadeiro nome, não! Mas por favor chama-me Miki! E tu? - * Perguntei, puxando os joelhos para junto do peito, envolhendo-me, com frio, murmurando a possibilidade de o meu rabo poder potencialmente congelar naquela temperatura. *

- O meu nome é Shinichi...Podes chamar-me como quiseres... Miki, tu...
Coloquei-lhe as costas da minha mão no seu pescoço.
- Estas gelado... -  tirei o meu casaco e coloquei-lhe sobre as costas, colocando um braço por volta de seus ombros puxando-o contra si devagar.
- Onde é essa tua casa?

* Assenti, ouvindo-o com atenção mas inclinando a cabeça para o lado. *

- Huh? Eu tenho frio mas não pensei que fosse tanto assim... Ah, eu não sei, nunca lá fui... Não te preocupes, se eu ficar quieto e quentinho já descongelo! - * Brinquei, rindo levemente e deixando-me ser puxado para ele, pousando a cabeća no seu ombro, os meus braços cruzados para aquecer as mãos. Esbocei um sorriso gentil enquanto um rubor leve adornava o meu rosto, o meu olhar algures nas folhas do chão. *

- És tão quentinho... Haha, és o melhor tipo de pessoa para abraçar, sabes? Não deve haver ninguém que não goste de abraços e toques quentes... - * Comentei, discretamente subindo o olhar para tentar ver a sua reação. *