Bonding Solace | Zhu x Tsukia

Acabará de entrar na nova escola esperando um futuro promissor.
Foi tão rápida a minha entrada como a minha saída temporária, havia sido contactado pela minha familia com noticias de que tinham encontrado o par ideal para mim.

Mais tarde naquele mesmo dia dei por mim esperando numa salinha de chá, bem decorada e acolhedora, bastante luxuosa .
Sentia um ligeiro desconforto proveniente dos nervos, ao mesmo tempo tentava manter a minha compostura, os meus pais ao contrario de mim pareciam estar bem tranquilos.

Um quarto de hora ja se tinha passado desde que nos pediram para aguardar naquela sala

Suspirei levemente, finalmente chegando ao salão de chá que os meus pais tinham indicado. Dei um leve sorriso ao vê-los e abracei-os a todos; o meu irmão mais velho Keith e as minhas mães, Cassidy, mais conhecida como Cass, e Diana. Estava vestido mais a rigor, com roupas tradicionais, leve maquilhagem acentuando os meus traços. Eles queriam que eu causasse uma boa impressão, afinal de contas.

Com isso, subimos as escadas com calma e chegámos à sala reservada, as minhas mães entrando primeiro, depois eu e o meu irmão por último. Sentei-me entre as minhas mães com o meu irmão num cadeirão ao lado. Olhei os outros dois adultos e o jovem da minha idade à minha frente e fiz uma vénia respeituosa em cumprimento.

- Obrigado pela paciência. Sou o Zhu Qiang-Fu. Prazer em conhecer-vos.

Notando alguém entrar na sala apertei o tecido das calça entre o dedos e respirei fundo disfarçadamente, retribui a venia quando vi o outro faze-la pronto a responder a minha mãe adiantou se.

- Muito prazer em vos conhecer, a minha família e eu estamos muito gratos e contentes que por terem aceite a nossa proposta.
Este é o nosso filho Tsukia.- Ela fez sinal que me levanta-se- P-prazer- Estava realmente nervoso, especialmente porque não contava que o tal Zhu Qiang-Fu fosse um homem.

A minha mãe disse o mesmo, agradecendo pela presença deles. Olhei o moço de cabelos claros e assenti, não esboçando qualquer expressão mas emitindo uma aura de leveza e calma.

- Bom conhecer-te. Estás no último ano da escola, correto?

Perguntei, inclinando a cabeça para o lado.

Ergui a cabeça assentindo,esbocei um sorriso.- sim, mais estes ano e acabei.- calei-me por instantes.

-...e tu?- observava-o, ele tinha os traços muito bonito e delicados.

- Eu já estou na faculdade, estudo artes. Sou 2 anos mais velho que tu.

Respondi, assentindo levemente e gentilmente pegando no cardápio do salão, optando por um chá de maçã e canela e uns mochis. Não era o chá tradicional, mas eu gostava dele, ora essa.

- Mm... Trocamos?

Perguntei, apontando para o sofázinho livre, apenas para termos mais privacidade para conversar.

Oh- fiquei espantado, claro que ele era mais velho, a minha questão tinha sido tosca, dei um sorriso disfarçando.-claro, pensei ate que ja tivesses terminado- "cala-te tsukia" pensei para mim antes que dissesse mais asneira.

Estivemos por uns momentos a ouvir os nosso familiares conversar ate que ele sugeriu a troca e eu concordei acompanhando.

Dei-lhe o menu para que pudesse escolher o que comer e em seguida olhei-o calmamente.

- ...Estás bem? Estás bem nervoso.

-uh.. é-é eu não estava propriamente a contar com algo assim... e a presença deles aqui- fiz um gesto para os demais- deixa meio desconfortável, mas bom... deixa ver cha preto com bolachas pode ser?

Assenti, apontando para umas de limão.

- Vão ficar bem com o chá.

Falei, assentindo, afastando uns cabelos dos olhos com a ponta dos dedos.

- Estás com medo? Ou não concordas com a ideia? Se for o caso fala com os teus pais. Forçar-te a algo assim não é saudável.

Aconselhei-lhe gentilmente.

Sorri-lhe assentido.

-Então vão ser mesmo as de limão!

olhei para os meus pais.

-sabes, não é questão de concordar ou não, tanto que não tenho muita opção de escolha, mas é mesmo a presença deles que me deixa desconfortável...- no momento em que terminei de falar sentir um calafrio percorrer-me espinha a baixo.

- Eu entendo como isso é.

Disse, suspirando levemente.

- Os meus pais entendem que eu diga que não, mas vão continuar a procurar. É para o meu próprio bem, e para ser sincera gosto da ideia. Mas é preciso que seja a pessoa certa, que tenha maturidade.

Disse, esticando-lhe para pousar o menu e voltando a sentar-me com um leve suspiro.

Fiquei em silencio bebendo o chá que entretanto veio para a mesa acompanhado com as bolachas.

-Queres uma?-perguntei para não parecer rude.

- Oh, sim por favor. Ainda estão a preparar o meu mochi, eu partilho contigo.

Disse amigavelmente, soprando e dando também um gole no meu chá, apreciando o sabor e a temperatura.

- Mas então, o que gostas de fazer?

-Adoro mochi!- disse com entusiasmo, e passei lhe o prato com as bolachas.

-Huum, que é que eu gosto de fazer? ahah.. isso depende do dia, mas por norma ouvir musica, jogar videojogos, desenhar, comer ehehe ,e fazer exercício, corridas e assim -expliquei lhe sorrindo- não é muito mas serve, e tu?

Assenti levemente, ouvindo-o com atenção, um tanto entusiasmado.

- Também gosto de desenhar. E esculpir. Aliás, o meu curso é de belas artes.

Respondi, a aura à minha volta sendo animadora apesar do meu rosto neutro.

- Desculpa se parecer desinteressado, tenho dificuldade em fazer expressões faciais, especialmente com pessoas novas.

Justifiquei-me, não querendo que se sentisse alienado.


OFF: Okay acho que vou dormir já é beeeeeeem tarde.

-Oooh muito bom :0 se fossemos do mesmo ano talvez tivéssemos aulas em conjunto !

-Ri baixinho com o que ele disse das expressões e sem dar por ela estava-lhe a esticar a cara.

- Impossível, olha fazes assim, pegas nos cantos de boca e "puxas" para cima assim...e fechas ligeiramente os olhos para um sorriso!- puxei lhe também as bochechas testando a elasticidade-hmm.. a.-a desculpa ahah - parei quando me apercebi o que estava acontecendo

OOF: tambem vou, nao sei se vou dormir logo mas pelo menos deitar vou.

Não pude evitar de rir um pouco com aquilo, apesar da minha expressão ser um pouco neutra.

- Não são os músculos, tem a ver com isto aqui em cima.

Disse, batendo um dedinho na testa.

Inclinei a cabeça em sinal de duvida.

-Como assim isto aqui em cima?

Naquele momento meus pais levantaram e pude ver eles a agradecer e a saírem da sala o que me deixou ainda mais confuso.

- É um problema com que nasci, mesmo.

Expliquei calmamente, mas ficando confuso também com a ação dos pais dele, virando-me para os meus próprios em choque. Levantei-me e fui atrás do casal.

- Desculpe, acho que se esqueceram de alguém?

Questionei, um pouco irado mas tentando não o mostrar, pensando na possibilidade de realmente terem acabado de deixar o seu filho nas nossas mãos.

A minha mãe parou de andar quando foi abordada pelo Zhu Qiang-Fu, e fez sinal para que os restantes membros da família continuassem seu caminho mas meu pai também voltou atrás.

- Ouça jovem, nos sabemos que ele ficar em boas mãos.-meu pai esboçou um sorriso e minha mãe riu aproximando-se de Zhu.

-Esse pestinha é um fardo pra todos nós, nos não o queremos por perto...- só a pude ouvir murmúrios mas nada suficientemente perceptível. Ela deu um sorriso de deboche para mim é saiu junto com o marido.

- ...Oh... Se é assim...

Dei as costas e entrei de volta na sala, as feromonas agressivas enchendo o espaço mas a minha cara apenas mostrando frieza. Andei até à Cassidy, minha mommy, uma Alpha que era chefe do departamento de polícia.

- Sabes o que aconteceu?

Questionei, apertando os punhos. Ela suspirou, assentindo.

- "Foi um dos fatores pelo qual aceitámos a proposta. Desculpa, Qiang."

Suspirei em alívio, acalmando-me quase imediatamente e as feromonas dispersando. Olhei o Tsukia, ainda no sofá, e falei suavemente.

- Não... Nesse caso está tudo bem...

Embora ele não aparentasse qualquer traço de agressividade no rosto pude sentir claramente as suas feromonas, encoli-me todo momentaneamente.

-o-o que é eles disseram? Eles vão voltar não é?-perguntei com um sorriso tremido no rosto esperançoso.

Tinha de escolher bem as palavras. Ele estava frágil e precisava de imenso apoio e carinho naquele momento. Suspirei, sentando-me junto dele e apertando gentilmente o seu ombro, negando levemente com a cabeça.

- Disseram imensas baboseiras... Eles não vão voltar, mas nunca mais te podem magoar.

Naquele momento caiu me tudo em cima, e a minha expressão ficou neutra apagada e fria.

-Entendi...talvez seja para melhor... afinal eles já queriam isto a muito tempo...