Quarto 113

Carregar tantos livros chegava a ser cansativo.

Eu teria que me esforçar muito para recuperar minhas notas, que na verdade, caíram repentinamente no último teste. Pensei que, se passasse a estudar com frequência, não esqueceria a matéria.

Havia acabado de sair da biblioteca. Estava com uma pilha de livros em mãos. Tinha com certa dificuldade de levar todos para meu dormitório. Andei, andei, andei. Ouvia conversas de todo o lado, sem prestar muita atenção, até que algum aluno me chama.

—Hey, vai querer ajuda? Sinto que se continuar assim, esse peso vai encurtar suas pernas. Assim você pode desaparecer!

Um olhar possesso passa perante alguns reflexos em meus olhos. Encarando-o, logo pude sentir um certo medo vindo dele. Mesmo assim, sem ceder piedade, consegui pegar um livro e tacar com força na cabeça do mesmo.

—BAKA! NÃO DIGA ESSAS COISAS IDIOTAS!

Assim, saí batendo os pés, indo em direção ao meu dormitório. Não dei a mínima para o livro, depois voltaria para pegar.

Chegando em frente do quarto, tentei destrancar, porém com todos aqueles livros, ficaria difícil. Quando percebi, estava aberta. Eu estranhei, então adentrando ali. Quando olhei bem, havia um garoto deitado na cama enquanto lia um livro. Isso estava errado... Eu teria um colega de quarto?

—Licença, está no lugar certo? Este é o meu dormitório, o cento e treze.

Lucio Mathew Ludwig

Continuava a ler o livro mas sem prestar muita atenção, estava cansado, a viagem foi longa e acabo adormecendo um tempo depois.

BAKA! NÃO DIGA ESSAS COISAS IDIOTAS!

Acordo com tal grito muito alto nos corredores, julgo ate ter acordado assustado, ja que o quarto todo estava escuro, olho pros lados e vejo que ainda sou o unico no quarto, levanto, acendo as luzes e me sento na cama continuando minha leitura, contudo, escuto passos muito fortes vindo em direção a porta, e logo ela é aberta por livros flutuantes, ou essa foi minha primeira impressão antes de perceber um menino baixinho atrás da montanha de livros pesados.

Não precisava ser um genio para adivinhar que ele estava os carregando com certa dificuldade,e que também era quem me acordou.

Me levanto e percebo nossa diferença gritante de altura, ele deveria ter 1,60 e em comparação a mim, de 1,90 chegava a ser comico

Dou um pequeno sorriso e pego grande parte dos livros da mão dele deixando visível seu rosto com feições delicadas
- Parece que agora é o nosso dormitório 113, alias deveria gritar um pouco mais baixo -

Sorrio com o ultimo comentário ainda com os livros na mão, me pergunto como que alguém tão pequenininho conseguiria ler tanta coisa ...

Sua expressão estava serena. Ele parecia não ter se incomodado com a minha fala. Quando ele se levante, percebi que era praticamente o dobro de mim. Isso era até que assustador. Vendo que ele se aproximou para pegar alguns livros de minhas mãos, fiquei um pouco envergonhado, já que não deixava de fitar sua face.

─Eu... Eu não precisava de ajuda. ─Gaguejei─ Também não fui alarmado de que teria alguém para compartilhar o quarto. Aliás, não lembro de ter te visto antes.

Fui até minha cama e deixei o resto dos livros que me sobraram sobre ela. Prestei atenção na última fala do garoto, eu não havia gritado assim tão alto, ele estava sendo exagerado.

─Eu estava apenas dando uma bronca no garoto que zombou de mim. Aliás, eu nem gritei, não seja exagerado. ─Fechei minha cara, mesmo assim, continuava com uma expressão adoravelmente irritada sem nem mesmo perceber.

Fui organizando os livros pela ordem que leria, enquanto ficava de costas para o meu "Colega de quarto".

─Sou Kawano Naomi. Estou no primeiro ano. ─Estava quase acabando de organizar, faltava apenas os que estavam na mão do rapaz. Olhei para ele, desviando meu olhar para os livros.

Lucio Mathew Ludwig

Vejo que ele ficou reparando a cada detalhe meu, Fço o mesmo com ele fitando cada semi curva que tens até ver-lo com vergonha, mesmo sendo facilmente irritável era extremamente fofo.
Mesmo precisando de ajuda o pequeno hobbit chamado Kawano Naomi o que me fez ficar um pouquinho irritado

- Não precisava ? pois parecia - sorrio serenamente ainda o fitando-o de baixo a cima - ninguém me avisou tambem, mas ja que todos os quartos tem camas mais eu meio que ja esperava, mas eu não tenho nenhum problema com isso, ja dividi quartos com muita gente - ainda segurava os livros enquanto lembrava da minha época de mochileiro viajante, foi um epoca de muitas experiências

Vejo que ele me olha e encara os livros, sinto que ele tem certa vergonha de fitar alguém nos olhos, entrego-os a ele e o vejo arrumar

- também estou no primeiro ano, decidi interromper os estudos pra viajar pelo mundo, estou recomeçando-

Termino minha frase e o analiso realmente agora de cima baixo, ele era extremamente atraente, definitivamente teremos problemas futuros
Percebo que estava olhando-o demais e dou um pequeno sorriso

- ja que vamos "dormir juntos " - sorrio de maneira maliciosa expondo um duplo sentido - quais são seus gostos ? -
Termino sorrindo de maneira comum novamente sem nenhuma vergonha na cara

Ele havia me entregado os livros. Eu continuei sem fitá-lo nos olhos, assim, organizando todos os livros . Droga, como assim ninguém me avisou de alguém que eu teria que compartilhar o quarto?

E se eu estivesse fazendo... Não. Ele não poderia ver isso.

Deixei metade da pilha ao lado de minha cama e então sentei na mesma, pegando o primeiro. Legal, ele estava no primeiro ano. Só não acho que quem para os estudos por nada seja muito confiável. Esse aí me parece ser estranho.

─Ah, sim...

Logo ouvindo o que o mesmo havia dito sobre "dormir juntos", logo tomei um susto, ficando com as bochechas levemente ruborizadas. Ele com certeza é um irresponsável pervertido.

─Eu posso dizer o que eu não gosto. Não gosto de: gente que me interrompe, que falem de mim, sejas irresponsáveis, sorriem de forma falsa ou que façam piadas ridículas de duplo sentido. ─ Baka ─ Licença, terei que estudar agora. ─ Abro o livro em sua primeira página. Seria estressante esse cara ao meu lado durante todo esse tempo... Será apenas um ano...

Lucio Mathew Ludwig

Sorria, sua resposta era tão ironia como qualquer uma que eu mesmo daria, com certeza ele seria apenas um mimado filhinho de papai que nunca conheceu algo além da apropria vida cômoda.

- As piadinhas só são de duplo sentido se tens a mesma cabeça podre de quem as faz -

Sorrio de maneira mais ironica ainda, ele com certeza me achas irresponsável, mas, seja o que for que ele pense não me interessa, paro de sorrir e decido tomar um breve banho.

Vou ate a cômoda e pego um par de roupas limpas, jeans rasgado, camisa de manga comprida justa e preta, sigo ao banheiro tranco a porta e me olho no espelho.

Todas essas aparências falsas demais me entediava,me deixava com seria vontade de quebrar todos os ossos do corpo de alguém até que não houvesse quaisquer ruido, não é mentira que agora mesmo eu estava extremamente irritado com o tal " Naomi " mas ate eu mesmo sabia que a culpa desse nojo por mim mesmo não era dele, era minha, e apenas eu podia resolver isso.

Sigo a banheira e deixo-a enchendo enquanto ainda me olho no espelho, na minha calça havia um pequeno estilete, o tiro do bolso, seguro a lamina com mão e a tiro rapidamente, fazendo-se um corte, seja de quem for o sangue é sempre magnifico em todos os aspectos.

Deixo algumas gotas caírem na pia, abro a torneira para limpar aquilo e percebo então que a banheira esta quase cheia, tiro todas minhas roupas, coloco-as no cesto e entro na agua morna que quase de imediato relaxa meu corpo, submerso-me absolutamente na agua, poderia ficar ali pra sempre ja que é facil, para mim, filtrar o oxigênio que necessito.

Após 15 minutos decido sair, me sinto completamente limpo, o suficiente para aguentar mais horas te me sentir alguém sujo novamente, esvazio a banheira, me seco e coloco minhas roupas, checo o corte na minha mão apenas pra não me esquecer dele, daqui a certo tempo ele ja vai sumir mesmo.
Saio do banheiro ainda com os cabelos molhados e me jogo na cama voltando ao meu livro.

Depois que ele disse aquilo, passei a morrer de ódio dele. Não tinha como não levar no duplo sorriso com aquele sorriso patético dele. Como é idiota...

Qualquer um poderia ver, no fundo de meus olhos, a figura daquele garoto morrendo nas chamas do inferno. Era tudo que eu precisava vir. Quando ele entrou no banheiro, bati o livro em meu rosto, doido para gritar de ódio.

Tenho que matar esse desgraçado...

Percebi que meu celular passou a vibrar. Ao checar a mensagem, pude ver que meu pedido havia chegado. Fiquei feliz por ter chego, porém ninguém poderia saber que havia pedido aquilo.

Saí cautelosamente, para que o Sr.Duplo Sentido não me visse. Peguei a caixa nos fundos da escola e saí correndo para meu dormitório. Porém, ouvi um silêncio perturbador. Ele talvez tivesse terminado o banho. Procurei o mais rápido possível um lugar para esconder a caixa. Deixei debaixo de minha cama e, logo a porta se abriu. Ele estava ali, com o corpo levemente molhado e suas roupas ainda colando por conta do banho recente. EEspremi meus lábios e logo passei a ruborizar violentamente. Ele não deveria saber de nada. Dei um pulo para voltar a cama e fingir estar muito concentrado ns leitura novamente.

Agradeça que ele não viu, Naomi.

Lucio Mathew Ludwig

Logo quando saio percebo que Naomi estava com a típica cara de criança que aprontou, ignoro essa parte e continuo serenamente minha leitura apertando levemente a mão ferida a fim de sentir a textura do corte.

Horas a fim se passaram, quando já estava praticamente no final do livro percebo que era mais ou menos umas 01:30 AM, percebo que não comi nada o dia todo, além de que meus remédios para dormir acabaram, não vou conseguir pegar no sono sem eles, porem duvido que alguma farmácia esteja aberta agora, talvez eu possa substituir tentando ficar bebado novamente, por algum motivo meu corpo tem muita resistência ao álcool.

Sento na cama me espreguiçando, eu realmente não estou a fim de ouvir Naomi me enchendo o saco por beber, com certeza ele vai me chamar de mais irresponsável, porem, alem dele ter metade da minha altura parece que tambem não come muito, seu corpo magricela expunha isso,porem, tinha um lugar que ele nem desconfiaria do alcool e eu poderia comer e " beber " a vontade.

Uma bela confeitaria perto dos arredores da escola, fofa e em tons pasteis com garçonetes vestidas de lolita, doces coloridos e bebidas levemente rosadas com algodão doce, porem essa confeitaria não era para crianças, todos os doces e bebidas são incrementados com um alto teor de alcool que os da um sabor único, se Naomi comesse um ou dois nao teria problemas, duvido que ele coma mais que um brownie.

Levanto da cama, havia ficado na mesma posição por horas e foi meio cansativo.

- Eu vou sair pra comer alguma coisa em uma loja de doces aqui perto, tu estas a quase o mesmo tempo sem comer que eu, quer ir junto ? -

Fico serio e coloco as mãos no bolso esperando sua resposta.

O tempo foi passando... Cada vez que eu lia uma palavra daquele livro, parecia que eu havia entrado nele por completo e estava ali dentro. Vendo cálculos, relatos e fatos. Uma hipnose que, quando você acorda, percebe o tempo que perdeu vendo tudo aquilo.

Eu acordei daquela hipnose. Quando fui perceber, havia terminado o livro por volta de uma da manhã. Mesmo assim, não poderia perder meu tempo. Pelo menos, esse assunto eu não iria esquecer no teste. Nem que isso me custasse qualquer coisa, não poderia ir tão mal quanto antes.

Tomei um susto quando ouvi o som da cama de meu colega de quarto. Ele havia me chamado para comer? Bom, isso era surpreendente. Ninguém costuma me chamar para essas coisas. Antes de responder qualquer coisa, lembrei do tempo que fiquei sem comer. Eu apenas havia tomado suco. Seria melhor comer...

─Já que você me convidou... Quero dizer, tá. Espero não incomodar. ─ Me levantei e pensei se deveria me trocar. As roupas do colégio não era a pior. Depois tomaria banho e todas essas coisas.─ Onde iremos? ─Cruzei os braços, olhando-o também com uma expressão séria. Não queria sorrir muito... Ele pode ser como os outros.

Lucio Mathew Ludwig

Incrivelmente a mistura de hobbit com smurf aceitou meu convite,me viro em busca do meu casaco dentro da cômoda, o coloco e pego minha carteira.

- Tem uma loja de doces aqui perto, é a melhor que eu conheço e ela fica aberta até muito tarde-

Sorrio animado e abro a porta com a minha chave a colocando também no bolso do casaco, mesmo que não pareça eu acho que em algum lugar dele a uma certa animação, talvez doces sejam seu ponto fraco.

Decididamente doces eram as coisas que eu mais gostava e os macarrons banhados em vodka pura eram os melhores que eu ja comi.

-Então vamos, é bom ter companhia para comer -

Sorrio mais feliz, gosto de comer com alguém (off: e alguem, kaka desculpa) do lugar onde eu vim era raro alguem comer sozinho, meus pais sempre preservaram esse momento em família.

[Mudança de topico - Lojas, Bares e Restaurantes ]

Hah... Uma loja de doces. Nada mau. Não acho ruim a ideia, até porquê gosto muito de doces, não tem nada melhor para comer e deixar um gostinho bom na boca. Agora... Com ele? Talvez aquele fosse o meu maior medo. Não exatamente medo dele, e sim medo de estar perto de alguém que eu não conheço durante essa hora da madrugada. Que os deuses me protejam.

─Okay, vamos. ─Continuei de braços cruzados, não retribuindo qualquer sorriso. Não via necessidade. Mesmo assim, não deixei de olhá-lo dos pés a cabeça. Tem algo nesse sujeito.

Não fazia ideia de que lugar era aquele, torcia muito para que não fosse um beco escuro. Andei desconfiado perante todo o percurso.

[Mudança de tópico - Lojas, bares e restaurantes]

Lucio Mathew Ludwig

Subimos as escadas em silencio, mesmo sendo errado tocar-lo consegui, por estar carregando-o no colo, sentir suas pernas e coxas, macias e apenas com o aperto de minhas mãos se moldavam delicadamente tento uma textura leve e sutil.Aquilo era sim excitante.

ao chegar na porta o coloco no chão e tiro do bolso do meu casaco, que estava com ele, as chaves, abro a porta dando a "honra" da rainha ser a primeira a entram.

- Entre "rainha" -

Faço uma leve curvatura para demonstrar respeito mesmo com um tom de ironia, em seguida entro no dormitório tirando rapidamente meus sapatos, não bebi e nem consegui os remédios para insonia, obrigado Naomi ! Porem, com todos os imprevistos não foi das piores noites da minha vida, Naomi era sim uma boa companhia.

- Eu vou tomar um banho rápido para dormir, seja o que for que queira me mostrar vemos amanha que estiver sóbrio-

Pego uma muda de roupas para dormir, calça de moletom, roupa de baixo e só, não costumava a dormir com muitas roupas e assim que quando abro minha gaveta vejo que algo que não deveria estar a mostra esta, escondo-o melhor e continuo normalmente minha vida, como se nada estivesse errado.

- Nem pense em pular da janela ou algo do tipo ok ? -

Sorrio e entro no banho, me dispo rapidamente e entro em baixo da água quente sentindo-a sob meu corpo, antes frio pela caminhada sem casaco.

Ouço alguns barulhos vindo do quarto mas ignoro, provavelmente é Naomi tentando acertar a cama onde dormir, como o prometido, tomei uma rápido banho, mas que foi o suficiente para deixar o banheiro com vapor, me seco e coloco minhas roupas, escovo os dentes e coloco uma toalha jogada em cima da minha cabeça, ela tampava um pouco da minha visão, abro a porta do banheiro indo avisar Naomi que se ele quisesse tomar um banho pra tirar o cheiro de bêbado esse seria a hora.

-Naomi ? -

Percebi que havíamos chego no quarto. Foram tantas escadas, tantas escadas, tantas escadas que parecia até que eu estava tontinho. Assim que coloquei mus pés no chão, fiquei um pouco encarando o maior, que iria tomar um banho, fiz apenas um sinal enquanto assenti. 

─Eu não... Eu não vou me matar, okay?

Eu parei um pouco para pensar... Eu deveria usar aquilo... Andei até um guarda-roupa, abrindo-o e pegando tudo o que precisava. Maleta e indo até a cama. Tive dificuldades para conseguir tirá-la do lugar, fazendo um barulho estrondoso, porém, consegui. Coloquei a rede no cabelo, passei pó e sombra, marcando meu concavo com uma cor mais escuro que o resto. O blush levemente rosado deixado sutilmente em minha maçã-do-rosto. Coloquei a peruca longa de franjas e que baia em meu peito, assim faltando somente o batom também de cor rosa. Eu iria passar, mas ouvi alguém chamar meu nome.

─Shh... Preciso me concentrar, falta só o batom...─Passei lentamente. Porém sentia um sono vindo do nada. Isso fez com que meu corpo fosse um pouco para o lado, borrando-o em minha bochecha.─ Hã? Acordei. Como eu estou?

Lucio Mathew Ludwig

- Naomi ? -

Saio caminhando calmamente pelo quarto com a toalha encobrindo meu rosto, não seria problema de tropeçar ja que o quarto em si nem foi usado direto.Retiro a toalha da minha face ao ouvir-lo falar e a coloco no pescoço, porem, quando percebo Naomi estava com uma bela peruca terminando de passar seu batom rosado tentando não borrar, mesmo estando extremamente bebado.
Fico alguns segundos em choque sem entender nada, apenas o encarando borrar o batom como um bebado dorminhoco, sua peruca preta se comportava de maneira sutil na sua pele, o que fazia parecer mais ainda com uma menina perfeita e delicada, mesmo ainda estando com suas roupas de antes e ate meu casaco, que agora parecia mais ainda um vestido ou ate mesmo o casaco de seu namorado.

Esse era seu segredo, ele era um cross-dresser, um convincente cross-dresser de uma doce menina, mesmo sendo engraçado a situação fazia total sentido para mim, havia muitas maquiagens espalhadas em sua cama e uma caixa em baixo da sua cama repuxada, talvez as maquiagens tenham saído dali.


Mesmo ja tendo acordado do susto ainda não conseguia falar muito, estava admirado, mesmo bebado sua maquiagem ( tirando o batom) era impecável, ele era muito bom nisso, seu corpo sutil e pequeno o ajudava muito, e como ja tinha citado antes, meu casaco ficava, assim como antes, excitante para mim nele.

Chego perto do mesmo passo a passo de maneira calma mas decisiva, seguro seu rosto com as duas mãos levantando-o um pouco e o encaro melhor, eu ainda não estava acreditando no que via ( de uma boa maneira), o garoto irritante que eu conhecia era um cross-dresser que adorava maquiagem, talvez ja saiba o que dá-lo de natal.

Percebo que seu batom rosa estava levemente borrado, passo a mão pela sua bochecha ainda segurando seu rosto com a outra, assim que termino de limpar o solto um pouco drástico demais deixando seu rosto levemente cair para seu pescoço.

- agora sim, como a adorável lolita da loja -

Me afasto um pouco e o olho de cima a baixo novamente, esqueço ate mesmo de terminar de enxugar meus cabelos que  molhavam mais a toalha em meu pescoço deixando a mostra meu peitoral e, pela calça larga deixando as concavidades da minha pelve.

Vendo sua reação, apenas aproveitei para fazer mais expressões adoráveis e sorrisos. Talvez ele tenha gostado, e, talvez, eu possa ter gostado dele. Percebi que ele se aproximava, o que me fez desviar o olhar para seus fundos olhos claros. Fiquei durante um tempo sem reação, apenas surpreso por ver que o mesmo segurou o meu rosto e começou a passar as mãos por minha bochecha. Não pude saber o porquê, mas fiquei corado aos poucos.

Assim que ele se separou, me comparando com a lolita da loja, fiquei ainda mais bobo. Reparei que o mesmo olhou para mim de cima a baixo sem nem mesmo ser discreto. Espremi meus lábios e pensei comigo mesmo até tomar uma iniciativa.

─Eu posso provar para você que sou muito melhor que ela. 

Me levantei e fui até ele, abraçando-o, sentindo bem aquele seu abdômen definido e durinho enquanto sorria. Assim que olhei para cima para observá-lo, sorri. Sentei-o na cama e fiquei em seu colo, segurando em sua nuca enquanto mordiscava os lábios.

─O que acha disso?