Sweet Nothings

*Suspirei baixinho no banco de trás do carro do meu Mestre, mexendo a corrente de acrílico azulado presa na minha coleira negra com um grande gizo prateado. Fechei os olhos, inclinando a cabeça para trás e abanando levemente os pés, por agora, descalços. Estávamos a caminho de ir buscar um outro rapaz, um novo pet para o loiro que tinha a minha posse. Sorri levemente, pensando em como seria aquela pessoa (não me tinham dito nada, para ser surpresa). Fiquei à espera de chegarmos, ansioso por conhecer a minha nova companhia e distração da solidão.*

*depois de muito reclamar, acabei com uma espécie de açaime a tapar me a boca, de facto desde que tinha sido apanhado que não fazia outra coisa. Fui informado que dali por diante o meu comportamento teria de mudar caso contrário tinha de sofrer algum tipo de punição, teria um mestre e teria de lhe obedecer , não passaria de um pet.

Chamaram me algum tempo depois, deram me um banho e prepararam me para o meu novo mestre, aquilo não me agravada nem um pouquinho, levaram me para uma sala e mandaram me aguarda e ter modos, foi o que fiz muito contrariado*

* Ao chegarmos ao nosso destino, eu calcei os meus sapatos simples de tecido, indo obediente e curiosamente atrás do meu Mestre até que entrámos na grande casa cheia de órfãos, dirigindo-nos a uma pequena sala. Espreitei pelo lado, vendo um rapaz aparentemente da minha idade, talvez até um pouco mais velho, sentado no sofá e com uma mordaça. Olhei para o meu Mestre, surpreendido. * - Ele? Woah... É... diferente... - * Disse, mais para mim do que para ele. Sorri e sabendo que havia confiaça na mão que segurava a minha corrente, pus-me a andar rapidamente até ao moreno, sentando-me ao seu lado. * - Eeeeii~! O meu nome é Natsuru! E tu, como te chamas? "Guro. O nome dele é Guro, Natsu." Eh~! Que giro! Nee, nee, Guro! Tu agora vens connosco! Vai ser tão divertido~! - * O meu Mestre desapertava a sua mordaça enquanto eu falava, deixando-o um pouco livre. Abracei o seu braço pálido, esfregando levemente o rosto nele. Ele com certeza seria um ótimo parceiro... *

*olhei para o garoto com desdém, preparado já para responder de forma não muito simpática vi sobre o seu ombro o dono do orfanato fazendo gestos para que eu mante-se a compustura* -se tu achas...para onde me vai levar?-* perguntei diretamente ao homem que prendia o natsuru com corrente* - também vou ter de usar essa coisa?-* perguntei lhe fazendo soar ao mesmo tempo o sino que o mais novo tinha ao pescoço*

* Ri levemente e fiz-lhe uma careta de volta, não ficando intimidado. * - Eu já disse, vens para casa connosco! "E sim, tens de usar uma coleira e por vezes corrente. O guizo foi só um acessório, esse pestinha é louco por guizos..." - * Corei levemente, rindo envergonhado. Levantei-me e segurei nas mãos do moreno de cabelos tingidos, levantando-o junto comigo, vendo que era apenas uns poucos centímetros mais alto que eu. Fiquei a segurar a sua mão pelo caminho, a outra balançando calmamente ao meu lado. * - "Ah, e vou já avisando que, embora eu trabalhe esta noite, vão ter de passar tempo juntos. Dois cães a morder-se não é bom. " - * Eu sorri e assenti, entendendo a mensagem por detrás da metáfora. Entrei no carro e coloquei o cinto, entusiasmado, começando a fazer perguntas curtas de vez em quando, o sorriso não saindo dos meus lábios. *

*fiquei em silêncio a observar apenas, não entendendo o que ele queria dizer com "dois cães a morder-se não é bom".

Durante a viagem , para além de ir a "apreciar" a paisagem fui também a responder a algumas das perguntas que o pequeno me fazia*

* Durante o caminho de volta conversava entusiasmadamente, nada de mais. No entanto, consoante o tempo passava e tinha mais respostas,mficava mais e mais agitado, tanto que a minha voz ia aumentando de volume. * - "MAIS BAIXO, NATSURU! Sussurra se for preciso, mas pára com essa criancice, estás a dar-me dores de cabeça!" Ah... S-sim, mestre... Desculpe... - * Encolhi-me levemente no assento, um pouco triste por tê-lo irritado, sussurrando como mencionado, para não correr o risco de levantar a voz, visto que ele ia a fazer uma chamada. Olhei de relance para o moreno e, por momentos, o meu olhar acalmou, tornando-se mais mzduro, e eu encostei-me suavemente ao seu braço durante uma curva na estrada. * - Ei... Sobre esta situação... Não te preocupes, estás em boas mãos. Se fosse outra pessoa, aí, sim, estarias tramado... E... Uhm... Que idade tens, mesmo? - * Perfuntei, retornando ao meu lugar, com um sorriso pequeno e sereno. *

*olhei para o pequeno de lado *-bom eu para te ser não estou preocupado de todo... revoltado... talvez mas ... ouvi dizer que a vida assim é melhor... Acho que isso é o que estou prestes a descubrir....*com a segunda pergunta do garoto fiquei em dúvida, contanto pelos dedos*- 16...18...20...-*ri subetilmente*- eu não faço ideia

* Ri levemente com ele, não me importando, podendo informar-me sobre isso mais tarde. * - Bem... Tens comida ótima, és tratado com cuidade, tens uma cama e casa onde dormir e viver, eu diria que é ótimo! Mas de qualquer maneira estou com o Mestre há mais de 5 anos, então não posso reclamar... Hm... Na, Guro. Queres ser meu amigo? - * Sorri-lhe adoravelmente, esperando a resposta. *

*corei vendo o sorri de Irma tão adorável , tapando o rosto com um mão*-q-quero... q-quer dizer, eu não vou ter outra opção não é mesmo...-*olhei para ele retribuindo o sorriso*-serás o meu irmão mais novo-*afaguei lhe o cabelo notando que era bem macio*-woaa como? Que fofo!

* Dei a língua numa careta. * - Não serei, não! Vou ser o teu único e melhor amigo, que é deferente... Não te esqueças que somos pets, vamos estar um no outro e vice-versa... Pensares em mim como um irmão mais novo é um tanto estranho... E é claro que o meu cabelo é bem cuidado! O teu também vai ser... Vais ter um azul mais, bom, novo, e cabelo suave e brilhante... Vais para um sítio melhor, prometo. - * Sorri-lhe gentilmente e estiquei-me levemente para plantar um beijo no canto da sua boca, quase tocando os seus lábios. Ajeitei-me melhor no banco e fiquei mais deitado, fechando os olhos e apoiando o rosto contra o seu braço, bocejando e rapidamemte dormindo. *

*corei novamente, ficando com um sorriso parvo no meu rosto. Fiquei por mais um tempo a observar ora a paisagem ora um natsuru até que comecei a sentir as pelpebras pesadas, acabando por adormecer*

* Quando acordei já passava das 3 da tarde, e vi que estava sem a corrente e com uma camilosa longa na tonalidade azul-bebé e calções curtos e apertados por baixo. Bocejei e espreguivei-me, virando-me para o lado contrário, dando de caras com um Guro meio acordado, meio a dormir, com um aspeto ainda mais limpo e saudável, e um vheirinho a sabonete. Ri para mim, baixinho, e aproximei-me, rodeando o seu pescoço com os braços, embrenhando os dedos no seu cabelo, acariciando. Dei um beijo no seu nariz e fiquei a acompanhá-lo enquanto se livrava do sono. * - Oi, Guro...

-natsu...ru...-*fui acordando lentamente, entre abri os olhos fechando logo a seguir, encondendo o rosto no que me pareceu ser uma almofada,bocejei voltando de seguida ao normal. Observava o natsuru ainda com um olhar de sono, notando que já não estávamos onde tínhamos adormecido.*-hum..onde...estamos...? -*falei com voz ainda de quem tinha acabado de acordar*

* Sorri, massajando os seus cabelos. * - Estamos no meu quarto... Nosso, agora... Vamos levantar-nos? - * Perguntei, ameaçando roçar os lábios nos seus. Ouvi a porta abrir e em breve passos e a cortina translúcida da cama ser afastada, revelando o loiro alto. * - Bom dia, Mestre...

*assenti com um leve tom avermelhado no rosto, fitando por momentos os seus lábios, me aprecebendo de seguida a entrada da pessoa a qual ele chamou mestre. Sentei me na cama, esfregando os olhos.*-bom dia...

*O loiro assentiu levemente e acariciou ambas as nossas cabeças, num carinho matinal. Chamou o nome de um empregado que passava e o mesmo recuou e guardou as cortinas em volta da cama no compartimento atrás da mesma. Sorri e fechei os olhos enquanto ele me colocava o guizo em volta do pescoço.* - "Bom, suponho que tenham dormido bem... Quero que se levantem e vão tomar o pequeno-almoço. Quando acabarem, voltem para aqui. Quero começar a treinar-vos juntos o mais cedo possível." Sim! Anda, eu mostro-te onde é! - *Sorri e sentei-me também, vendo agora que ele tinha uns calções como os meus, embora um pouco mais compridos, e uma camisola azul-bebé como a minha.*

*levantei me tal como o natsuru notando de emediato na camisola que tinha vestida e posteriormente nos calções apertados que não eram nada confortáveis, de tal forma que andei que nem pinguim*-grr... sao apertados ... não ha nada maior?-* reclamei a medida que caminhávamos para o local do pequeno almoço, tentando arranjar forma de os alargar, puxando aqui e ali*-ne... natsu... o que é que ele quis dizer com "treinar"?

* Sorri, assentindo. * - Não te preocupes, vais tirá-los mais tarde. E eu depois digo ao Mestre para te arranjar uns maiores, eu também não tive a roupa certinha logo de início, sabes? Enfim... Quanto a isso, ele refere-se a treinares o teu corpo: ficares a saber onde sabe bem, onde sabe mal, onde gostas ou não que te toquem, de que forma gostas de fazer, esse tipo de coisa. Ah, obviamente refiro-me a sexo! Mas não te preocupes, vou estar do teu lado o tempo todo. Afinal, vamos passar a fazê-lo todos os dias, temos de nos habituar um ao outro... - * Falava naturalmente, com um sorriso sereno. Guiei-o até à mesa e sentei-me do seu lado, sendo servido do meu prato favorito: panquecas de banana com geleia de marmelo e umas bolachas belgas. Sorri-lhe e comecei a comer, vendo-o servir-se timidamente. * - Toca a comer! Se houver algo de que gostes muito, apenas pede para eles fazerem, não sejas tímido, Guro! - * Continuei a comer, contente. *

*assenti e fui comendo, acho que um pouco de tudo mas não demasiado para não parecer que estava a abusar. No final limpei me e fiquei a ver alguns criados limparem a mesa e afins enquanto esperava o natsuru *

* Acabei de comer, satisfeito, espreguiçando-me, bem disposto. Sorri e levantei-me, segurando na sua mão e levando-o de novo para o quarto. * - Nee, Guro... Estás com medo? Ou só receio, talvez? Achas que não vais gostar? - * Perguntei, sem tirar os olhos do caminho, logo voltando ao quarto e ambos sentando-nos na cama que mais parecia uma câmara de conserva dos filmes de ficção científica, embora fosse muito macia e acolchoada e tivesse lençóis. A forma era curvada, tendo uma parte reta e outra curva, fazendo uma cobertura pequena com o poste para as cortinas, podendo também deitar-nos aí. Segurei na sua mão, fazendo um carinho, para o acalmar. *

-medo não tenho, receio muito menos... a única coisa é o facto desisto não fazer sentido nenhum...-*simplifiquei olhando em redor*-nos somos algum tipo de experiência?

*Neguei com a cabeça.* - Não! Credo, que coisa obscura! Ahaha... Hoje em dia é tudo feito por hierarquia, tu és um mongrel, estás no fundo... E eu, mesmo estando acima de ti, é por pouco... Somos tratados como Pets, para satisfazer a necessidade de prazer dos Blondies... Eu estou com o meu Mestre há mais de 5 anos, devo-lhe tudo o que tenho... Se não fosse ele, provavelmente já tinha morrido... O facto de ser maioritariamente uma ferramenta de prazer sexual é só um acréscimo! ...Vais ver, Guro... A vida aqui é muito melhor do que parece e imaginas... - *Levantei a sua franja para beijar a sua testa pálida, numa demonstração de segurança.*